Membro do Fed defende paciência na política monetária ante quadro na atividade e emprego

07/fev 17:43
Por Gabriel Bueno da Costa / Estadão

O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Richmond, Tom Barkin, afirmou nesta quarta-feira, 7, que a economia dos Estados Unidos continua forte, com um mercado de trabalho “ainda muito saudável”, o que é um argumento pela paciência antes de haver mudanças na política monetária. Ele falou em evento do Clube Econômico de Washington, D. C., e comentou que é preciso ter certeza ainda sobre se haverá mais pressão inflacionária adiante, antes de se começar a cortar os juros.

Com direito a voto nas decisões de política monetária neste ano, Barkin disse que a inflação está em queda, em quadro de demanda “ainda saudável”.

Ele ponderou, porém, que o movimento na inflação não é tão de base disseminada quanto gostaria, com crescimento de salários ainda em nível elevado e a inflação de serviços também forte, o que ocorre também no setor imobiliário.

Por outro lado, indicadores recentes, como o Produto Interno Bruto (PIB), “têm sido notáveis”, o que permite que o Fed tenha paciência antes de começar a cortar juros. Em outro momento da conversa, Barkin mencionou que a inflação está “bem perto da meta de 2% agora”.

Barkin comentou que poderia haver problemas no mercado imobiliário comercial. A questão, segundo ele, é se a exposição influiria nos bancos e se estes sofreriam, com potencial contágio no sistema financeiro. “Acredito que os bancos estão bem atentos aos riscos no setor imobiliário comercial”, afirmou.

O dirigente ainda foi questionado sobre o fato de que os gastos dos consumidores têm se sustentado em nível acima do previsto, mesmo que pesquisas mostrem sentimento negativo. Barkin atribui o mau humor à inflação, mesmo que os salários também estejam avançando no período.

Sobre cadeias de produção global, Barkin afirmou que as empresas estão mais conscientes dos riscos de concentrar muito a produção em apenas um país, “como a China”.

Ele disse ver “um pouco de onshoring”, com empresas buscando transferir negócios para os EUA, mas um movimento bem maior de busca por outras nações, como México ou Vietnã.

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