Menos carteiras assinadas: cresce o número de empregadores informais

10/08/2018 09:50

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou dados que demonstram aumento no número de empregadores informais no país, ou seja, contratantes sem o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), que têm funcionários não registrados em carteira de trabalho. A pesquisa Pnad Contínua mostrou que, no último trimestre, o número chegou a 911 mil, tendo os informais como 20,8% dos patrões em todo o Brasil.  O número cresceu em 10,5% no período de um ano. 

O economista Rodrigo Rosa, avalia o aumento por conta da crise enfrentada no país ao longo dos últimos meses, assim como o crescimento de pessoas insatisfeitas com as condições vividas em seus empregos formais, que decidem investir em seus próprios negócios. "Com a  crise, muitos empregados começaram a ficar insatisfeitos com salários que vinham recebendo ou com alterações no contexto das empresas, o que fez com que muitos optassem por iniciar os próprios empreendimentos. A maioria das pessoas começa de forma informal, tentando seu lugar ao sol", explica. 

Dados disponíveis no portal do IBGE, mostram que em 2016, 85.828 pessoas estavam em funções de trabalho formais na cidade. O número representa 28,8% da população do município. O instituto não dispõe de dados específicos sobre a cidade serrana, dentro do levantamento trimestral. 

Segundo o economista, muitos trabalhadores aceitam ser contratados desta forma, por terem a necessidade de se manter no mercado. Já alguns empregadores, acabaram optando por migrar da formalidade para a informalidade, por conta dos problemas enfrentados com a manutenção oficial dos funcionários durante a crise. "Muita gente aceita por conta da necessidade de manter família, filhos e outras questões. A taxa de desemprego vêm aumentando e empregadores sem PJ que precisam de tempo para se regularizar acabam contratando dessa maneira", avalia. 

Rodrigo vê os números de forma positiva, por conta da redução no número de desempregados, o que traz fatores positivos para a economia. "Por um lado, o governo perde por conta dos impostos, mas esses empreendedores acabam gerando receita para alguém, o que de certa forma beneficia a vida desses trabalhadores", diz. 

Do total de 91,2 milhões de brasileiros ocupados, 40,6% ou cerca de 37 milhões estão próximos da informalidade, segundo o IBGE. São empregados sem carteira, domésticos sem carteira, conta própria sem CNPJ e também os empregadores sem CNPJ.


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