Mercadante: Precisamos apoiar aéreas, mas contrapartida é que comprem aviões da Embraer

19/jul 13:53
Por Matheus de Souza, Matheus Piovesana, enviados especiais, e Caio Spechoto / Estadão

O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, afirmou no início da tarde desta sexta-feira, 19, que o governo federal pretende criar novas medidas de auxílio às companhias aéreas, que ainda enfrentam os efeitos da pandemia na área, mas que existe a expectativa de que a contrapartida seja de que essas invistam na compra de aviões da Embraer.

“Precisamos apoiar essas empresas, mas elas precisam comprar aviões da Embraer. Essa é uma condição fundamental para todo o esforço que o governo está fazendo de repactuar o passivo fiscal, de financiar, mas nós precisamos trazer aviões da Embraer” disse o Mercadante, durante anúncio de investimentos na companhia brasileira nesta manhã, em São José dos Campos (SP).

O BNDES financiará R$ 4,5 bilhões em exportações da Embraer, através de 32 aeronaves que serão vendidas à American Airlines, dos Estados Unidos. Nos últimos 25 anos, o banco de fomento financiou a exportação de 1.300 aeronaves fabricadas pela empresa brasileira.

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, reforçou a posição de Mercadante. De acordo com ele, a Embraer precisa ter no mercado brasileiro a presença que a Airbus tem no mercado francês, por exemplo. Hoje, segundo ele, 12% dos aviões em circulação no Brasil são fabricados pela Embraer. “No governo do presidente Lula, nós vamos mais que dobrar a participação dos aviões da Embraer voando pelo Brasil (sic)”, disse Costa Filho.

Tanto Costa Filho quanto Mercadante não detalharam como seria um possível estímulo à compra de aviões da Embraer por aéreas brasileiras. O ministro de Portos e Aeroportos disse que esse crescimento é um ponto a que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu atenção no início de seu governo.

O vice-presidente da República e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin, também exaltou a Embraer, e disse que a reforma tributária pode estimular as exportações brasileiras. “A reforma tributária retira cumulatividade, o que estimula exportação e investimento”, disse ele.

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