Mês da Visibilidade Lésbica: Praça da Liberdade recebe evento nesta quarta
Em celebração ao mês da visibilidade lésbica a Una LGBT promove nesta quarta-feira (28), às 17h, no Coreto da Praça da Liberdade, a roda de conversa: “Visibilidade Lésbica em foco”. Dia 29 de agosto é o Dia Nacional da Visibilidade Lésbica. A data é um marco histórico para o movimento de lésbicas no Brasil, e recorda a realização do 1º Seminário Nacional de Visibilidade Lésbica, em 1996.
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“A ideia do evento organizado pela União Nacional LGBT (UNA LGBT – Petrópolis) surgiu da necessidade de falar sobre a diversidade dentro do universo LGBTI+. São muitas as questões que atingem esse público e de maneira diferenciada. Assim, entendemos que precisamos trazer a tona os dilemas relacionados a mulheres que amam outras mulheres”, disse Lívia Miranda, que é professora e mestranda em educação na Universidade Federal Fluminense e será uma das mediadoras no evento.
Também participam do evento, Isabelle Motta, secretária política do coletivo feminista classista Ana Montenegro, e Karoline Cerqueira, advogada e presidente da Juventude Socialista Brasileira em Petrópolis. “Esse encontro será protagonizado por mulheres Lésbicas, mas reforçamos o convite para toda sociedade petropolitana a estar no coreto da Praça da Liberdade”, completa Karoline.
Brasil teve um aumento de 237% nos casos de lesbocídio de 2014 a 2017
Durante todo o mês de agosto, diversas ações são realizadas no país para buscar dar mais visibilidade e principalmente enfoque no enfrentamento do preconceito e da violência contra mulheres lésbicas. No ano passado, foi lançado o primeiro Dossiê sobre Lesbocídio no Brasil. O levantamento foi feito por um grupo de pesquisa da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e abrange casos de crimes cometidos contra lésbicas nos anos de 2014 a 2017.
A pesquisa mostra que, nestes quatro anos, teve um aumento de 237% no número de mortes de lésbicas no Brasil. Foi o maior número de casos registrados em toda a história das pesquisas de lesbocídios no país. Em 2014, foram contabilizadas 16 mortes de mulheres lésbicas, enquanto em 2017, foram 54. O levantamento foi feito a partir de dados obtidos no monitoramento de redes sociais, sites, jornais eletrônicos e outros meios de comunicação que fossem expressões de notícias criminais nacionais, regionais e locais, e ainda blogs que centralizam este tipo de informações. Foram levadas em consideração morte de mulheres lésbicas assassinadas ou casos de suicídio, em decorrência de sua orientação sexual.
A ausência de dados oficiais sobre os crimes cometidos contra mulheres lésbicas, dificulta o levantamento do número de vítimas, que podem ser muito superiores ao apresentado na pesquisa. De acordo com o Dossiê, os dados levantados na pesquisa apontam que o preconceito é responsável por muitas mortes evitáveis de lésbicas, nas mais diversas idades, regiões, tipos, raças/etnias, contextos culturais, empregos e classes sociais.