Mês do Cão idoso: Veterinária dá dicas para melhorar a vida de animais em idade avançada

15/10/2023 19:28
Por Redação/Tribuna de Petrópolis

O mês de um outubro também é conhecido como o mês do cão idoso, já que na primeira data do período comemora-se o dia deste grande amigo que já está na terceira idade. Com o passar dos anos, assim como em humanos, os bichinhos de estimação também começam a acumular desgastes físicos, o que pode culminar em uma série de problemas que requer mais atenção do responsável.

“Quando os animais estão idosos, as doenças começam a aparecer com maior frequência. Doenças renais, articulares, doenças na cavidade oral, tumores e também podem aparecer as cardiopatias.  Então requer que o dono fique mais atento a qualquer alteração que o seu animalzinho tenha”, relata a médica veterinária Priscila Mesiano, que atende na Clínica Amigo Bicho, em Petrópolis.

Devido ao avanço da medicina veterinária e exames, além de maior acesso à informação e consciência pelos tutores, que passaram a levar mais os animais ao veterinário, a longevidade dos pets vem alcançando novos patamares. A expectativa de vida de um cão, por exemplo, varia muito de acordo com o porte do animal.

Um cachorro de porte pequeno como um pinscher ou chihuahua vive muito mais do que um cão como dog alemão, considerado como um cão de porte gigante. Sendo assim, atualmente, a idade de um cão varia entre 10 e 15 anos. Um chihuahua pode chegar a 17 anos. A média de vida de um gato é de 16 anos.

A partir dos 8 anos de idade, é necessário ter um olhar diferenciado para o animal. A veterinária aponta que algumas mudanças na casa são essenciais para essa fase da vida. “Se você tem uma casa com piso muito liso, escadas, varandas, piscina… São cuidados necessários aí porque o animal costuma ficar mais ceguinho, com dificuldades, às vezes, auditiva também, dificuldade para andar. Então, no piso liso, você pode colocar antiderrapante ou algum tipo de passadeira como tapetes para evitar queda. Nas escadas, você pode colocar portõezinhos, manter as piscinas sempre cobertas, impedindo acesso porque acontecem, muitas vezes, muitos acidentes de cães morrerem afogados em piscina, quedas de varanda. Todas essas coisas, a gente pode evitar tomando cuidados específicos com animais idosos”, detalha.

O mercado para o animal geriatra também traz muitas opções e marcas que podem contribuir nessa faixa etária, já que tanto cães, quanto gatos precisam de lubrificantes articulares como glucosamina e condroitina, além de uma alimentação com menos fósforo e, às vezes, mais rica em gordura. Para quem opta pela alimentação natural, também é possível que um nutrólogo monte uma dieta voltada para o animalzinho idoso. Além disso, medicamentos de última geração, tratamentos e especialidades veterinárias podem contribuir para a sobrevida do pet.

“Com tantas doenças comuns nessa idade, também é importante levar regularmente o animalzinho mais velho ao veterinário, fazendo check-ups mais recorrentes, exames de sangue, ultrassonográficos, cardiológicos e raio x. Para o cãozinho e gatinho idoso, o ideal é que se faça check-up no mínimo uma vez ao ano, sendo que naqueles com idade mais avançada a cada seis meses”, orienta.

Falando um pouco mais sobre as cardiopatias, broncopatias  e doenças renais que são muito comuns nos cãezinhos e gatos também mais idosos, a médica veterinária ressalta os sintomas recorrentes. “É bastante frequente que o animal apresente tosse, cansaço e, quando o animal está em exercício, ele fica, às vezes, com a linguinha mais arroxeada, às vezes, mais esbranquiçada. Então, todos esses são sintomas que chamam a atenção para alguma cardiopatia ou broncopatia. Com relação à doença renal, que também é muito comum nessa idade, é preciso ficar atento ao aumento da ingestão de água e também ao aumento da frequência de urina. O bichinho acaba bebendo mais água e fazendo mais xixi e esse xixi muitas vezes fica transparente, fica da cor de água e isso não é normal. Também pode vir associado a emagrecimento e este pode ser o sintoma de uma doença renal iniciante”, alerta.

Apesar do mês falar sobre cães, não se pode esquecer os cuidados com felinos idosos, pois estes podem apresentar diferenças de comportamento. Os gatos idosos ficam mais quietos, dormem mais, mas também podem ter dificuldade de subir e descer. Podem eliminar urina e fezes fora do lugar, por conta de dor articular.

“Eles têm dor na bacia, dor no quadril, por artrose, os gatos com mais de 6 anos de idade, muitos deles têm artrose e é uma coisa que acontece muito silenciosamente, então, requer muito a atenção do tutor porque são sintomas muito discretos que o gato apresenta, com ligeira dificuldade para subir nas coisas. O gato passa a lamber um pouco mais a região traseira ou não gosta que o humano manipule a região de trás. Ele reclama ou tenta atacar a região quando se coloca a mão. São sintomas de que o gato está com dor articular. A doença endócrina mais comum do gato idoso, é o hipertireoidismo, que leva ao emagrecimento e aumento da alimentação. Tudo isso pode levar a mais mudanças de comportamento. O gatinho que é mais bonzinho pode ficar mais agressivo e o gatinho que é mais agressivo, pode ficar mais bonzinho”, detalha Priscila.

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