Mesmo com autorização do Iphan, podas em árvores do Centro Histórico levam meses para serem feitas

23/09/2021 18:55
Por Luana Motta

Desde janeiro, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) concedeu à Secretaria de Meio Ambiente autorização para poda, manejo e supressão de árvores em pelo menos 15 ruas no Centro Histórico. Na Avenida Koeler, cartão postal que está definhando com o excesso de ervas de passarinho, houve autorização para poda em maio deste ano, mas a realização do serviço estava prevista para quatro meses depois, na madrugada desta quarta-feira, dia 22. A falta de um cronograma de serviços prejudica a conservação do patrimônio natural da cidade. 

A Tribuna perguntou à Secretaria de Meio Ambiente sobre o trabalho de manejo e limpeza das árvores no Centro Histórico. A Secretaria não respondeu se existe um cronograma para o serviço. Mas disse que as equipes da Companhia Municipal de Desenvolvimento de Petrópolis (Comdep) estão trabalhando em plantão de 24 horas para atender as demandas da rotina e os atendimentos remanescentes de demandas do ano passado.

Em 2020, também foram feitas solicitações de poda, supressão e manejo de árvores para ruas do Centro, como a própria Koeler, a Rua da Imperatriz, Avenida Barão do Rio Branco, Ipiranga, Piabanha, entre outras. A demora na execução do serviço chegou a ser objeto de denúncia no Iphan. Em janeiro de 2020, foi feita uma denúncia sobre a demora de até 4 meses no replantio de mudas em locais de supressão de espécies.

Além desse fato a denúncia aponta um outro problema que também foi noticiado pela Tribuna nesta semana: a falta de técnica no plantio. Não é dado o espaçamento necessário para o crescimento das mudas, além da péssima qualidade com que são colocadas, muito pequenas ou sem adubo. 

Já em abril deste ano, uma outra denúncia foi feita ao Iphan sobre a supressão de árvores em área tombada, desta vez pela Tribuna. Após questionamentos do jornal sobre a autorização para o corte de uma árvore na Rua Doutor Nelson de Sá Earp, feita pela Secretaria de Defesa Civil, o Iphan oficiou a Prefeitura solicitando esclarecimentos. Na ocasião, o corte foi feito sem a autorização do órgão, a Defesa Civil justificou dizendo que a árvore estava bloqueando a visão de uma das câmeras de monitoramento do Centro Integrado de Monitoramento e Operações de Petrópolis (Cimop). 

Questionada sobre o acompanhamento do trabalho de preservação do patrimônio arbóreo, o Iphan respondeu à Tribuna que “vem acompanhando de perto o processo de conservação das árvores. Constantemente, a Autarquia encaminha orientações à Prefeitura”.

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