Mesmo com chuva, 300 mulheres participam do movimento de paralisação feminina 8M em Petrópolis

10/03/2018 09:00

O dia internacional da mulher foi marcado como um momento de reflexão e união em favor da igualdade de gêneros e o fim da violência contra  mulher. Em Petrópolis, e em várias cidades do Brasil e do mundo, aconteceu o movimento de paralisação feminina 8M. Aqui, apesar da chuva que ocorreu durante todo o dia, cerca de 300 mulheres foram para a Rua do Imperador com cartazes e palavras de ordem para chamar a atenção da população para pautas como: o fim do feminicídio e a violência contra mulheres. 

A concentração começou por volta de 17h, na Praça da Inconfidência. Munidas de capas e guardas chuva, mulheres e crianças cantavam palavras de ordem como: “Pra estudar e trabalhar, eu quero creche, creche, creche já!”, e “Companheira me ajude que eu não posso andar só, sozinha ando bem, mas com você ando melhor!” . Dali o grupo saiu em marcha pela Rua do Imperador, parando o trânsito e reivindicando melhoras sociais como: o fim da violência, melhora no atendimento do CRAM (Centro de Referencia ao Atendimento da Mulher), o aumento do número de creches, além de manifestações contrárias a política atual. 

“Foi maravilhoso! A chuva não impediu de juntar uma grande quantidade de mulheres. Tinham muitas mulheres debaixo de chuva e outras com guarda chuva. Lembro até de uma cena bem fofa de uma mãe com um bebê que estava acompanhando a marcha segurando o bebê e o guarda chuva”, contou a membro do Coletivo Feminista Bertha Lutz , Beatriz Nunes.

A marcha se concentrou, por fim, na Praça Dom Pedro. Durante toda a manifestação foram feitas paradas para a realização dos jograis (técnica onde uma pessoa fala e todas as outras repetem), contando histórias de violência sofrida por mulheres como Inês Etiene, militante torturada e morta na ditadura militar na Casa da Morte em Petrópolis, Lúcia Perez, argentina que foi vítima de um estupro coletivo, e Luciana Vieira Rodrigues, petropolitana morta carbonizada junto aos filhos pelo ex marido, em 2017, mesmo depois de ter realizado várias denúncias em órgãos públicos da cidade sem resultado. 

Na Praça ainda tiveram atividades culturais  realizadas pelo grupo Arte de Brincantes homenageando mulheres importantes no feminismo como: Frida Kahlo, Comandanta Ramona, Hipatia de Alexandria e outras líderes da luta das mulheres na América Latina. E no encerramento, Soninha Maracanã apresentou  uma Roda de Jongo e ciranda. 

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