Pneumologista do Hospital Santa Teresa explica que fatores ambientais podem ajudar a desencadear crises
A asma é uma doença inflamatória da mucosa brônquica. Seu diagnóstico se baseia no quadro clínico, e deve ser confirmado através da Espirometria ou Prova de Função Respiratória. Há alguns sinais que sugerem o diagnóstico, como chiado no peito, falta de ar e aumento na secreção brônquica. A tosse e o aperto no peito também são sintomas comuns da doença.
Com o aumento da poluição urbana e a crescente preocupação com a qualidade do ar, a asma emerge como um desafio de saúde pública global. Esta condição respiratória crônica afeta milhões de pessoas em todo o mundo, de todas as idades. Neste cenário, a conscientização sobre a doença e a implementação de medidas preventivas tornam-se essenciais para melhorar a qualidade de vida dos afetados e reduzir sua carga global. O pneumologista do Hospital Santa Teresa, Dr. Mauro Zamboni, falou sobre a condição e seus desdobramentos.
“Os fatores ambientais têm papel importante como agentes desencadeantes da crise asmática. São representados pela exposição à poeira, infecções virais, alérgenos como ácaros, pólen, pelo de animais, fumaça de cigarro, irritantes químicos e poluição ambiental. As mudanças climáticas, exercícios físicos vigorosos, estresse emocional e, até mesmo, alguns tipos de medicamentos também podem desencadear as crises”, esclarece o médico.
A identificação dos fatores de risco pode auxiliar na prevenção das crises. O controle do ambiente é importante para afastar o asmático dos potenciais agentes que desencadeiam as crises. A base para o tratamento da asma é o uso da associação de uma medicação anti-inflamatória – os corticosteroides e um broncodilatador, inalados.
“Uma crise de asma pode começar subitamente com chiado no peito, tosse e falta de ar. Outras vezes, pode surgir lentamente, com piora gradual dos sintomas. O tratamento da crise de asma depende de vários fatores, entre eles o mais importante é a intensidade. Na crise aguda e intensa o mais seguro é encaminhar o paciente para a emergência”, explica Dr. Mauro.
Os broncodilatadores têm como possíveis efeitos colaterais taquicardia, agitação, cefaleia e tremores finos das extremidades. Também podem causar tosse, rouquidão ou irritação na garganta. Estes efeitos indesejados podem ser minimizados lavando-se bem a boca e gargarejando após o uso da medicação.
A doença não tem cura, mas é possível ter uma vida normal e manter um dia a dia comum e sem aborrecimentos causados por ela. É necessário, entretanto, atentar-se a alguns pontos para conservar a qualidade de vida. Mudanças nos hábitos são armas contra a doença, como: não fumar, fazer exercícios físicos regulares, manter uma alimentação saudável e evitar a obesidade.
“A remissão clínica e o controle da doença são os principais objetivos no seu tratamento. E quando ocorre observamos a diminuição dos sinais e sintomas já relacionados acima. Os fatores de pior prognóstico, com menores chances de remissão, são a atopia, pais asmáticos, sintomas de início tardio, a presença de sibilos sem infecção das vias aéreas superiores e tabagismo passivo”, conta o especialista.