Ministério Público investiga denúncia de extorsão contra prefeito Rubens Bomtempo e ex-presidente da Comdep, Léo França

10/04/2023 16:01
Por Redação/Tribuna de Petrópolis

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), aceitou denúncia contra o vereador Luiz Eduardo Francisco da Silva, conhecido como Dudu, o policial civil Bruno César Salerno, e Guilherme Gonçalvez Vicente Moreira, pelo crime de extorsão mediante associação criminosa. O grupo teria como alvos o prefeito de Petrópolis, Rubens Bomtempo, e o vereador e ex-presidente da Comdep, Léo França.

A denúncia, a cargo do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, diz que os três réus exigiam o pagamento do valor de R$ 2 milhões para que Bomtempo e França não fossem investigados em uma possível nova fase da Operação Clean.

De acordo com a denúncia do MP, o vereador Dudu tinha como braço direito Guilherme, que o ajudava a abordar as vítimas e usar armas para intimidá-las. Neste contexto, Bruno César Salerno, policial e chefe do setor de inteligência da 105ª DP, atuava supostamente como um infiltrado. Com informações privilegiadas de dentro da delegacia, ele dava mais credibilidade às ameaças.

Foto: Pixabay

Em uma das ações, Rubens Bomtempo teria sido procurado pelo grupo, que exigiu o dinheiro e disse que poderia “manipular os inquéritos” caso a quantia fosse paga. A denúncia também narra que Léo França, na época, presidente da Comdep, também foi procurado pelo mesmo grupo e com a mesma intenção. Com uma abordagem mais agressiva, França teria sido levado para uma casa, onde supostamente os três acusados ingeriram bebidas alcoólicas e Dudu apontou um fuzil para o atual companheiro na Câmara Municipal de Petrópolis.

A denúncia do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado foi apresentada e aceita pelo juiz Afonso Botelho na 2ª Vara Criminal da Comarca de Petrópolis.

Versão dos envolvidos

Rubens Bomtempo

Segundo os advogados de Rubens Bomtempo, o prefeito estranha o fato do inquérito que o investiga por conta da intervenção em oito linhas de ônibus ter sido aberto pelo então delegado titular da 105ª DP, duas semanas após a tentativa de extorsão. A nota do prefeito afirma que após as buscas realizadas na Operação Clean, “os três réus tiveram acesso aos celulares apreendidos e passaram a abordar as vítimas com a ameaça de instauração de inquéritos, ainda que não houvesse motivo real para tanto”.

Léo França

Procurado, o ex-presidente da Comdep e atual vereador Léo França disse, em nota, que, até então, não havia se pronunciado pois a denúncia, protocolada em agosto de 2022, corria em segredo judicial. “Sofri graves ameaças pelas partes citadas no processo, inclusive, o Ministério Público comprovou, através de imagens e do próprio exército, o uso de armas de fogo durante as intimidações. Diante de tudo que foi exposto, tenho certeza de que a verdade vai prevalecer e que a Justiça será feita. Confio que no decorrer deste processo judicial todos os envolvidos serão punidos em conformidade com a Lei. Não devo favor a nenhum vereador, tampouco deixarei ameaças deste tipo abalar meu mandato e mudar minha conduta. Seguirei trabalhando e colocando os interesses da população acima de qualquer questão”, afirma França, em trecho da nota.

Dudu

O vereador Dudu se manifestou, através de uma nota, publicada em suas redes sociais. Na postagem, o vereador afirma que é “vítima de fatos caluniosos e difamatórios”. “Jamais deixarei que pessoas sem escrúpulos manchem a minha reputação perante a população petropolitana e, principalmente, o trabalho sério e combativo que venho fazendo de fiscalização do governo.” O vereador ainda diz que está à disposição da Justiça para ser ouvido sobre qualquer esclarecimento e afirma estar tomando “as medidas judiciais cabíveis quanto ao fato”.

A Tribuna tenta contato com os outros envolvidos para saber suas versões.

*Matéria atualizada às 17h30 para a inclusão do posicionamento do prefeito Rubens Bomtempo.

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