Ministério Público pede a prisão de vereadores afastados por suspeita de corrupção
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPERJ) pediu a prisão preventiva dos cinco vereadores afastados por suspeita de participar de um esquema de corrupção dentro da Câmara Municipal. Ronaldo Luiz de Azevedo Carvalho, o Ronaldão; Luiz Pereira Antônio de Aguiar, o Luizinho Sorriso; Reinaldo Meirelles de Sá e Wanderley Braga Taboada estão sendo investigados por receberem propina do ex-presidente do Legislativo, Paulo Igor da Silva Carelli, em troca de apoio político.
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O pedido foi feito na semana passada, dia 11, quando o Ministério Público Estadual interpôs recurso de agravo ao 1º Grupo de Câmaras do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. O MP já havia solicitado a prisão dos vereadores, mas o pedido foi negado pela desembargadora que está cuidando do caso. Os vereadores foram afastados em janeiro, quando uma operação da Polícia Civil (PC) e do MP cumpriu 12 mandados de busca e apreensão nos gabinetes e casas dos parlamentares.
Chamada de Sala Vip, a ação foi um desdobramento da operação Caminho de Ouro, ocorrida em abril do ano passado e que resultou na prisão de Paulo Igor. Na época, os agentes encontraram na casa do ex-presidente da Câmara R$ 155 mil escondidos dentro de uma banheira de hidromassagem. As cédulas estavam divididas em 15 maços de dinheiro – cinco deles contendo papéis com as inscrições de apelidos e iniciais dos nomes de vereadores agora denunciados.
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Técnicos do Instituto de Criminalista Carlos Éboli (ICCE) concluíram que a caligrafia nos maços de dinheiro era de Paulo Igor. Além disso, de acordo com o Ministério Público, uma colaboração premiada de um ex-vereador e homologada no Tribunal de Justiça, contou detalhes do esquema de corrupção dentro da Câmara Municipal.
De acordo com a colaboração, o dinheiro era pago em espécie, em um envelope amarelo. “O valor de R$ 2 mil era pago entre as datas do dia cinco a nove de todo mês, sempre em dinheiro, sempre na Câmara, ou na sala Vip, ou talvez, no estacionamento”, disse o ex-vereador aos promotores. Para o MP, o dinheiro distribuído por Paulo Igor aos parlamentares era de origem ilícita, desviado das verbas municipais para pagamentos superfaturado às empresas contratadas pela Câmara.
O Ministério Público, constatou por exemplo, sobrepreço de R$ 1 milhão em contrato com a Elfe Soluções em Serviços, além de mais de R$ 400 mil de superfaturamento na contratação da Crystal Service Conservação, entre outras irregularidades.
Paulo Igor foi preso em casa, no Morin, em abril do ano passado e solto quatro meses depois. Na mesma operação que resultou na sua prisão havia um mandado para o vereador Luiz Eduardo Francisco da Silva, o Dudu. Na época ele não foi encontrado pelos agentes, ficando foragido por cinco meses até conseguir habeas corpus. Dudu também está afastado das suas funções na Câmara Municipal.