Missa lembra os 200 anos da morte de Padre Corrêa

20/jun 18:36
Por Redação/Tribuna de Petrópolis

Lembrando os 200 anos da morte de Padre Antônio Tomaz de Aquino Corrêa, com missa celebrada na Capela da antiga fazenda que pertenceu ao sacerdote, Padre Thomas Andrade Gimenez Dias, membro do Instituto Histórico de Petrópolis (IHP), e Administrador Paroquial de São José, Itaipava, frisou que a alegria era uma das características de Padre Corrêa. De acordo com os dados históricos apurados por Padre Thomaz, as pessoas que conviveram com ele, sempre destacaram sua alegria, e, ao concluir sua homilia, afirmou que a “alegria é uma das marcas de Deus na alma de um padre realizado”.

A celebração contou com a presença de representantes do Instituto Histórico de Petrópolis, do Colégio Padre Corrêa, Paróquia de Corrêas e também as filhas da Caridade, que hoje cuidam do espaço onde foi a fazenda do Padre Corrêa.

Durante a homilia, Padre Thomaz apresentou uma breve biografia do sacerdote:
Padre Antônio Tomaz de Aquino Corrêa nasceu na fazenda do Rio da Cidade, em 15 de abril de 1759. Ali residiam seus avós maternos, Manoel Antunes Goulão e Ana do Amor de Deus. Na capela que aí existia, aos pés da milagrosa imagem de Nossa Senhora do Amor de Deus, recebeu a graça do sacramento do Batismo. Seus pais foram Brites Maria Assunção e Manoel Corrêa da Silva.

Com seus irmãos: Arcângela, Agostinho, Luiz Joaquim e Maria Brígida, passou os primeiros anos em uma casa construída à beira da Estrada de Minas, na confluência do Rio Morto com o Rio Piabanha. Ali existia a chamada Fazenda da Posse.

Lourenço Lacombe, em 1938, escrevendo a respeito da casa onde cresceu o padre, afirmou que o seu pai, Manoel Corrêa, se radicou de tal modo naquele lugar que o termo Posse, pouco a pouco foi caindo em desuso e dando lugar ao termo Corrêas.

Com efeito, a Carta Topográfica da Capitania do Rio de Janeiro, de 1767, dá aquele lugar o nome de “Manoel Corrêa”.

Com a morte do pai e da mãe, respectivamente em 1784 e 1800, o filho Antônio Tomás de Aquino Corrêa, após frequentar a renomada Universidade de Coimbra e receber a Ordenação Sacerdotal, herda o casarão de sua infância e a sua capela, que àquela época já guardava a imagem de Nossa Senhora do Amor Divino, que fora testemunha não só do seu nascimento e batismo, mas do nascimento de Petrópolis.

O padre-fazendeiro dedicou-se à criação de gado de corte e ao cultivo de frutas exóticas, cravos e milho. Também fabricava ferraduras, sempre solicitada pelos inúmeros transeuntes do caminho das Minas. À frente de sua casa existia a hospedaria dos viajantes: uma espécie de rancho onde os andarilhos podiam pernoitar.

Felizmente, muitos desses viajantes que ali passaram e conheceram o sacerdote descreveram os aspectos de sua residência e ainda os traços de sua personalidade: sempre o qualificam como um homem alegre.

A tradição guardou a informação de que Tiradentes também passou pela casa do Padre Corrêa, rezou à santa de sua capela e descansou sob a sombra de uma figueira que ali existia. Se não se pode comprovar a passagem do patrono cívico de nossa nação por aquela fazenda, bem diferente é a passagem do nosso primeiro imperador, à época príncipe regente, em 1820. Carlos Maul, falando desse ilustre viajante, escreve que na casa do Padre Corrêa, “o príncipe encontrou os prazeres do campo, a mesa farta, o descanso do corpo e as noites calmas”.

Como sacerdote consciente de seus deveres, Padre Corrêa não se preocupava em dar apenas assistência corporal aos viajantes que ali passavam, a eles e aos que moravam na vizinhança, também nutria com o pasto espiritual, uma vez que todos estavam distantes do Vigário de Inhomirim, que respondia pela região da serra acima.

Em 1824, mais precisamente no dia 19 de junho, nosso patrono faleceu repentinamente em sua fazenda. Na capela de Nossa Senhora do Amor Divino foi encomendado e em seguida seu corpo seguiu para o Rio de Janeiro, para ser enterrado no Cemitério da Irmandade de São Pedro dos Clérigos, da qual era irmão.

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