Moradores pedem asfaltamento de rua de terra esburacada no Siméria

Moradores do Siméria reivindicam há décadas o asfaltamento da Rua Manuel Francisco de Paula. O local fica na divisa com o bairro Alto Independência. Para minimizar os transtornos, os próprios moradores sempre foram arrumando a via, por conta própria, mas com as chuvas que ocorreram nas últimas semanas na cidade, a via ficou intransitável – um trecho, inclusive, já cedeu. Mas os problemas na rua não param por aí: esgoto, falta de capina e de coleta de lixo assolam quem mora na região. Um lugar realmente esquecido pelo poder público. Apesar da situação precária, a prefeitura afirma que realizou a Operação Mais Asfalto na via em março.

A rua fica em frente ao novo ponto final do ônibus do Siméria. Os moradores reclamam que pedem o asfaltamento da rua há muitos anos, mas dizem que foram informados pela prefeitura que a rua já consta como asfaltada no sistema. “Quando fizeram a manilha de esgoto e asfaltaram o restante do bairro, a rua também deveria ter sido asfaltada, mas não foi”, relata Ana Maria de Oliveira, de 69 anos, dona de casa. Ela, que mora no bairro há mais de 40 anos, conta que depois disso os moradores já pediram muitas vezes que o local fosse asfaltado.

A diarista Gilcelia Carneiro da silva, de 43 anos, conta que durante muito tempo ela, parentes e vizinhos buscaram fazer reparos na via, por conta própria. “A gente pegava na inchada, tapava os buracos com terra e resto de entulho, mas não adianta, vem a chuva e destrói tudo. Chega uma hora que você cansa”.

Depois das chuvas que ocorreram nas últimas semanas na cidade, a via ficou sem passagem para carros e motos e com dificuldade para pedestres. Quem tem de passar pela região está tendo que dar a volta pela rua de cima no bairro para chegar ao Alto Independência. “Meus clientes são todos de lá e estão sem passagem, têm de dar a volta”, disse um comerciante do bairro, que preferiu não se identificar.

Para a dona de casa Janiele da Silva Barbosa, de 26 anos, que mora com a família no local, a rua se tornou um lugar horrível para criar seu filho. “Ele já caiu várias vezes e se machucou. Não deixo mais sair de casa”.

Segundo moradores, a Comdep diz que não realiza a coleta porque ninguém mora lá. Foto: Bruno Avellar / Tribuna de Petrópolis

Os moradores reclamam do descaso com a região. “A Comdep chega até as ruas vizinhas, mas não chega aqui. Eles dizem que não tem porque vir porque ninguém mora aqui, mas nós moramos”, desabafou dona Ana Maria. Segundo os moradores, a Comdep não faz a coleta nem a capina na rua.

Esgoto: falta de manilhamento e rede de captação de água

“Quando chove, um rio de lama desce aqui pela rua. Outro dia tive que buscar meu filho na escola com bota de obra e lama até a canela”, contou Gilcélia. Isso acontece porque a água de outras ruas, por falta de escoamento adequado, desce para a Rua Manuel Francisco de Paula. 

Outro problema na via é o esgoto. Embora as casas do bairro disponham de saneamento básico, o esgoto das vilas que ficam na parte superior do bairro (perto da rampa de Voo Livre) são despejados na rua. Os moradores afirmam que houve promessas de manilhamento e rede de captação de água por parte do governo, mas nada foi feito.

O problema da falta de asfaltamento na Rua Manuel Francisco de Paula reflete, inclusive, em outras áreas do bairro. O dono de uma casa que fica na Rua Presidente Sodré, na região abaixo, desistiu da piscina natural que tinha em seu jardim, depois do dia em que a encontrou cheia de lama e lixo. “Quando chove, a água vem toda lá de cima para cá, com entulho, lixo. Isso causa o assoreamento da nascente que temos aqui no terreno. Está prejudicando o meio ambiente”, disse o caseiro da propriedade, Luiz montes, de 33 anos. 

Questionada sobre os problemas relatados, a prefeitura não respondeu que providências serão tomadas.