Moradores se unem para pagar serviço de capina em rua

04/04/2018 14:30

Moradores do Quitandinha reclamam do abandono em ruas da região. Entre eles, estão os da Rua Rio Grande do Sul, onde a capina e a manutenção na iluminação pública não é feita há mais de dois meses. Ao todo, as lâmpadas instaladas em dez postes não acendem mais, e dezenas de pessoas se arriscam diariamente no escuro num trecho deserto da rua.

O trecho sem luz é justamente o mais deserto, onde quase não há construções. Quem precisa estudar, trabalhar ou até mesmo sair de casa para ir às compras, precisa andar por um trecho de 200 metros onde sequer uma luminária acende. “A iluminação pública aqui sempre foi um problema. Acaba que nós ficamos reféns do poder público. Estamos há mais de dois meses sem luz na rua. Poucas são as luminárias que acendem. Pago impostos, taxa de iluminação pública, e a situação fica assim. Eles (poder público) chegaram aqui, retiraram algumas luminárias e disseram que iam trocar. Isso foi há um mês. Até agora nada. A rua fica deserta, tem um pedaço grande sem casas, e sem luz. Isso é um absurdo, porque tem crianças passando por aqui", protestou o aposentado Horácio Pereira Zauza. 

Horácio, que mora há 36 anos no bairro, não está nada satisfeito com a situação da rua. “Tudo abandonado. Alguém tem que tomar uma providência”, pediu. Pela Rua Rio Grande do Sul passam também crianças que estudam na Escola Municipal Marcello Alencar. E como se já não bastasse a escuridão, ainda tem o matagal que toma conta da via, complicando ainda mais a vida do pedestre. “Além de ser uma questão de falta de limpeza isso gera uma certa insegurança para nós. Pode muito bem se esconder alguém ali no mato. Então o jeito foi improvisar. Estamos pagando para um rapaz fazer a capina e roçada da nossa rua”, contou Suzana Pereira, balconista, de 45 anos. 

O contratado é o jardineiro Amarildo Gonçalves, de 54 anos. Nas horas vagas, ele disse que topou capinar a rua para faturar um dinheiro extra no fim do mês. “Se ninguém faz, eu faço. Também moro aqui. Aí comecei a capinar. Logo apareceu gente pedindo para eu fazer até mais na frente. E tem até gente que me paga. Cada um dá o que pode, e eu às vezes passo o dia capinando a rua. É um serviço que deveria ser feito pela Prefeitura, mas como não fizeram ainda, eu tive que dar um jeito. O mato estava escondendo nossa rua toda”, concluiu Amarildo. 

Vários bairros, o mesmo drama.

Na rua General Marciano Magalhães, no Morin, e Sargento Fones, na Castelânea, a situação é semelhante. Luminárias não acendem à noite, e complicam a vida dos moradores. Na Posse, a Avenida Noêmia Alves Rattes tem mais de cinco postes com problema, e pedestres se arriscam no escuro.


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