Moradores temem construção de empreendimento imobiliário na região de Manga Larga

29/01/2018 08:45

Há 13 anos, moradores da localidade de Manga Larga, em Itaipava estão tentando impedir a realização de um empreendimento imobiliário em uma área de proteção ambiental. Chamado de Condado Manga Larga, o projeto foi apresentado em 2005 ao Instituto Estadual do Ambiente (Inea) para obtenção das licenças. Desde então, várias modificações no documento já foram solicitadas com objetivo de garantir a preservação da área.

Na noite da última quinta-feira (25), foi realizada uma audiência pública que contou com a participação de representantes do Inea, do ICMBio, da empresa responsável pelo projeto arquitetônico e de moradores. "Saímos do encontro bem preocupados. Ficou nítido que os órgãos responsáveis vão conceder as licenças mesmo que o projeto não atenda às exigências legais. Se o projeto sair da forma como foi apresentado, tememos por uma tragédia ambiental", disse o representante da Associação de Moradores do Manga Larga (Amam), Rico Janibelli.

Em 2013, os moradores contrataram especialistas para elaborar um diagnóstico geobiofísico e socioeconômico da Bacia do Rio Manga Larga. O documento também contou com a participação de profissionais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Fiocruz. "Esse estudo mostra o alto risco para a área onde se pretende construir o empreendimento. Tememos que novas construções naquela região possam provocar desastres ambientais como os que ocorreram no Vale do Cuiabá. Estamos tentando mostrar que há riscos,  caso as exigências não sejam cumpridas", destacou Rico.

Rico Janibelli ressalta que a maior preocupação dos moradores é que a construção afete a estabilidade das encostas, além de falta de água e outros impactos que comprometam a região, descumprindo a determinação do Inea. "Caso o projeto seja aprovado existe o risco real de uma nova calamidade pública no local em decorrência de chuvas e desmoronamentos, alagamentos, similar a diversos eventos que já ocorreram em Petrópolis. Por isso, contamos que as autoridades garantam que as adequações do projeto sejam realizadas para o cumprimento da lei garantindo a segurança dos moradores", afirmou.

De acordo com a empresa responsável pelo projeto arquitetônico, a Paulo Casé Planejamento Arquitetônico, já foram obtidas a autorização do licenciamento pelo ICMBio e a Simples Aprovação do projeto por parte da Prefeitura. A empresa também afirma que projeto já sofreu várias adequações e que hoje atende a todas as exigências feitas pelo Inea. Ainda de acordo com eles, com a emissão da Licença Provisória serão viabilizados uma série de estudos que incluirão o Plano de Manejo da Área.

O projeto prevê 41 lotes com área mínima de 10 mil metros quadrados, além de espaços destinados para uma praça. O projeto também prevê sistema viário e uma área de preservação de 681 mil metros quadrados. Toda a área do empreendimento é de mais de um milhão de metros quadrados. 

Segundo Rico Janibelli, os moradores têm 10 dias, a contar da reunião de quinta-feira, para apresentar novos questionamentos sobre o projeto. "Agora o Inea vai avaliar o documento entregue por eles e nós continuaremos nossa luta, em favor da preservação daquela área", concluiu o morador.

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