Morre aos 66 anos o bailarino e coreógrafo Ismael Ivo

09/04/2021 07:53
Por Estadão Conteúdo

O bailarino e coreógrafo Ismael Ivo morreu nesta quinta-feira, 8, aos 66 anos. O artista paulistano se notabilizou internacionalmente após atuar por mais de três décadas na Europa, tendo retornado ao Brasil para assumir, em 2017, a direção do Balé da Cidade de São Paulo. Ambicionava fomentar uma dança do futuro, como disse ao Estadão naquele ano. A causa da morte não foi divulgada, mas pessoas próximas relataram complicações decorrentes de uma infecção por covid-19.

Foto: Ricardo Dangelo/Reprodução/VejaSP

A jornada internacional de Ivo começou quando o coreógrafo norte-americano Alvin Ailey (1931-1989) o viu dançar em Salvador em 1983 e o chamou para ir a Nova York. No ano seguinte, o artista criou em Viena o ImPulsTanz, hoje um dos mais importantes festivais de dança contemporânea do mundo. Pouco depois, Ivo se estabeleceu na Alemanha, onde dirigiu a companhia do Teatro de Weimar. Foi ainda o diretor artístico que por mais tempo esteve à frente do setor de dança da Bienal de Veneza (2005 a 2012).

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), em uma publicação pelo Twitter, disse que o Brasil perdeu hoje um dos maiores coreógrafos contemporâneos. “Ismael foi diretor da Bienal de Veneza, do Balé da Cidade, e o primeiro estrangeiro a dirigir o Teatro Nacional Alemão. Era um amigo querido. Muito triste. Minha solidariedade aos familiares”, escreveu.

O secretário de cultura da cidade de São Paulo, Alê Youssef, disse, em nota, que Ivo era “um dos grandes artistas do nosso tempo”. “Teve uma carreira brilhante na arte e marcou uma geração da dança nacional e internacional. Consagrou-se na Europa como diretor e curador na Bienal de Veneza, e na direção da companhia de dança do Teatro Nacional Alemão”, declarou.

Nascido na Vila Ema, zona leste da capital, em uma família humilde, Ivo afirmava em 2017 que tinha obsessão em aprender, sem medo de errar. “Às vezes, precisamos escutar o outro e discordar também. É saudável.” Ele não temia que a nova companhia em São Paulo tivesse resistência a mudanças. Mas acreditava que, se ela ocorresse, seria natural. “Ninguém precisa ver tudo do mesmo ângulo”, afirmou.

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