Morre Cicely Tyson, ícone de astros negros nos EUA, aos 96 anos

29/01/2021 08:23
Por Redação / Estadão

A atriz Cicely Tyson, um ícone de duas gerações de atrizes afro-americanas e uma estrela da Broadway, morreu nesta quinta-feira, 28, aos 96 anos, anunciou seu empresário. Tyson, cuja carreira durou mais de 70 anos, é conhecida do público em geral por sua indicação ao Oscar por “Sounder” (em português, “Lágrimas de Esperança”) em 1973. Ela também apareceu nos filmes “Fried Green Tomatoes” (“Tomates Verdes Fritos”) e “The Color of Feelings”. Mais recentemente, fez parte da série de televisão “How to Get Away with Murder”, interpretando a mãe da heroína principal.

Fortemente comprometida com a luta contra o racismo e pela justiça social, ela frequentemente rejeitava papéis que julgava perpetuar clichês raciais, especialmente como empregada ou prostituta.

“É com pesar que a família da Sra. Cicely Tyson anuncia sua partida pacífica esta tarde”, disse seu empresário, Larry Thompson, em comunicado, sem especificar as causas da morte.

Tyson ganhou vários prêmios Emmy, equivalentes ao Oscar da televisão americana, bem como um Tony por apresentações teatrais. Em 2018, ela recebeu um Oscar honorário por toda a sua carreira. “Ela é uma rainha para todos os afro-americanos”, disse o então ator e diretor Tyler Perry. “Ela teve que trabalhar dez vezes mais e receber cem vezes menos” porque era negra, disse.

Para o compositor Quincy Jones, Tyson “abriu caminho” para várias gerações de atrizes como Angela Bassett, Whoopi Goldberg, Halle Berry, Viola Davis ou Lupita Nyong’o. Nascida em Nova York, filha de pais caribenhos, Tyson começou sua carreira de modelo antes de começar a atuar.

Repercussão

Personalidades negras lamentaram a morte da atriz nas redes sociais, ressaltando o papel da atriz na luta contra o racismo. “Quando Cicely Tyson nasceu, os médicos previram que ela não aguentaria três meses por causa de um sopro em seu coração. O que eles não sabiam, o que não podiam saber, era que Cicely tinha um coração diferente de qualquer outro – o tipo que não apenas bateria por mais 96 anos, mas deixaria uma marca no mundo que poucos poderiam igualar”, escreveu o ex-presidente Barack Obama. (Com agências internacionais).

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