Morre o advogado mais antigo do Brasil, aos 104 anos, após 80 anos de advocacia

18/jul 19:58
Por Guilherme Naldis / Estadão

O advogado mais antigo do Brasil, Hermano de Villemor Amaral Filho, morreu na madrugada da última quarta-feira, 17, aos 104 anos. Ele exerceu a advocacia por quase 80 anos, e foi um dos primeiros juristas a fazer parte da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro (OAB-RJ).

Villemor completou seu 104° aniversário na quinta-feira passada, 11 de julho. Trabalhou no escritório familiar, o Villemor Amaral Advogados, até poucos momentos antes do falecimento. A firma centenária reúne, hoje, mais de 300 advogados, sendo 70% mulheres. A família e a empresa não divulgaram o motivo da morte.

O advogado era especialista em direito comercial e deu continuidade ao trabalho iniciado por seu pai, em 1909. Foi Conselheiro da OAB-RJ, em duas ocasiões, e também membro da Seção do Estado de São Paulo. Ainda no exercício da profissão, mantinha o hábito de ajudar os estagiários do escritório, apesar dos quase 90 anos de idade que os separava dos estudantes de Direito.

Seu registro na OAB era o n° 3.099. Entre os advogados, a extensão da numeração de registro da OAB é proporcional ao prestígio do profissional. Isto é – quanto menor a inscrição, mais tempo aquele bacharel tem de advocacia e, logo, mais crédito.

Os números de inscrição da Ordem são em ordem crescente, e não se repetem. O filho do falecido, Hermano de Villemor Amaral Neto, por exemplo, tem o registro n° 109.098. Para esta classe profissional, uma das piores sanções que se pode receber por infringir a ética de trabalho é perder o número de inscrição outrora recebido. Mesmo que se venha a recuperar a certidão da OAB, o novo registro terá uma numeração mais recente e, portanto, maior.

O número antigo, em si, nunca mais viria a ser reutilizado. Mas a nova numeração será maior e, portanto, denunciaria a mancha profissional. Em 2023, Villemor foi premiado

“Nosso eterno sócio fez história na advocacia do nosso país e impactou a vida de centenas de profissionais com quem pôde compartilhar os seus valores, princípios, conhecimentos e dedicação, que ajudaram a formar o Escritório centenário que temos hoje”, dia a nota de pesar, publicada pelo escritório.

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