Morre o ambientalista Sidônio Fernandes
O advogado ambientalista Sidônio Fernandes, fundador da Academia Brasileira Ambientalista de Letras (Abal), faleceu na manhã de ontem, aos 90 anos, no Hospital Unimed Petrópolis. O corpo foi velado na Capela Oswaldo Cruz a partir das 16h30 e enterrado hoje no Cemitério do Irajá, no Rio de Janeiro.
O atual diretor-presidente da Academia, Francisco Vilardo, lamentou a morte do amigo, que fez aniversário na semana passada: "Sidônio era muito ativo. Com a saúde debilitada, naturalmente, pela idade, mas com a mente a mil. Mas a vida continua, temos que aprender com aqueles que nos ensinaram para deixar os ensinamentos para as gerações futuras", disse.
O bispo de Petrópolis, Dom Gregório Paixão, OSB, lamentou a morte de Sidônio Fernandes, frisando que estará rezando por ele e por toda a sua família. Dom Gregório Paixão lembrou que ele foi o criador da Oração do Ambientlista, enviada ao papa emérito Bento XVI quando ainda exercia seu pontificado, recebendo uma bênção especial e autorização para divulgá-la. Sidônio Fernandes, logo após a posse do Papa Francisco, também enviou a ele a oração e recebeu do papa uma bênção pela sua ação em favor do meio ambiente. "É uma grande perda, mas deixa como exemplo a preocupação e defesa da ecologia e da vida", finalizou o bispo.
O Museu Imperial também encaminhou uma nota sobre o falecimento de Seu Sidônio: “Em junho de 2012, o Museu Imperial – Ibram – Minc organizou uma programação especial no âmbito da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio + 20, que a capital do estado do Rio de Janeiro abrigou dos dias 13 a 22 de junho daquele ano. Ações educativas, uma exposição e outras atividades relacionadas à conscientização da necessidade da preservação ambiental foram realizadas com êxito.
Dentre os destaques, o Museu inaugurou uma placa, instalada no jardim do Palácio Imperial de Petrópolis, com a Oração Ambientalista, criada pelo advogado e ambientalista Sidônio Fernandes e chancelada por Sua Santidade, o Papa João Paulo II.
E é com enorme pesar que o Museu Imperial registra o falecimento desse petropolitano cujo esforço e desprendimento emprestam coragem e determinação para que possamos construir um mundo melhor para todos.”
A Academia Brasileira Ambientalista de Letras
Fundada muito recentemente em Petrópolis, a Abal tem como principais objetivos: a proteção do meio ambiente, o fomento da educação e cultura ambiental, estimular a discussão de temas socioambientais e, dessa forma, mobilizar a população em prol da cultura de sustentabilidade.
O escolhido para ser o patrono da academia foi Dom Pedro II, que é considerado o primeiro ambientalista do Brasil, tendo reflorestado a Tijuca, com o objetivo de não faltar água no local e garantir a saúde dos mananciais, que estavam secando.
Na ocasião, Francisco ressaltou outro fato histórico da cidade em questões ambientais: “o saneamento que o Dr. Oswaldo Cruz proporcionou na cidade", que na época era muito insalubre, "além disso, junto com Dom Pedro II, ele geriu o primeiro instituto de parasitologia criado no Hemisfério Sul e inaugurado em 1876 junto ao atual Santa Teresa”.