Mostra no MIS revê Holocausto pelo olhar de um sobrevivente

26/fev 07:10
Por Redação O Estado de S. Paulo / Estadão

O Museu da Imagem e do Som (MIS) abre as portas da história na exposição inédita A Tragédia do Holocausto: a Vida de Julio Gartner, que será aberta ao público no dia 9 de março.

A mostra sensorial inédita ocorre em dois atos e levará aos visitantes o registro histórico da 2.ª Guerra e do terror vivido pelo povo judeu ao percorrer os ambientes, locais e cenários marcantes que compõem a trajetória do personagem central, desde sua adolescência até a chegada ao Brasil. Os ingressos custam R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia), sendo gratuito às terças-feiras e para crianças até 7 anos.

No primeiro andar, A Tragédia do Holocausto apresenta o que foi o Holocausto por meio da história real de Julio Gartner, polonês sobrevivente das atrocidades do regime nazista, depois radicado no Brasil, que faria 100 anos em 2024.

No segundo ato da mostra, há uma homenagem especial a alguns personagens denominados Anjos do Holocausto, cidadãos comuns que se dedicaram a ajudar judeus perseguidos e presos – dentre eles o alemão Oskar Schindler, o britânico Nicholas Winton e a brasileira Aracy Guimarães Rosa, mulher do escritor mineiro.

“O Holocausto foi um evento único na história, em que um Estado organizou de forma industrial o extermínio de um povo”, afirma em nota o curador e diretor-geral do MIS, André Sturm. “O que o diferencia de qualquer evento histórico é a organização: ferrovias foram criadas, campos de extermínio foram construídos. Foi desenvolvida uma forma eficiente para assassinar pessoas. Isso tudo só foi possível porque parte considerável do mundo (França, Romênia, Polônia, Alemanha) colaborou com esse processo”, continua.

O QUE VER

A exposição reproduz – utilizando cenografia, vídeos, fotos, sons e efeitos – pontos e locais marcantes na história do Holocausto (o Gueto de Cracóvia; câmara de gás em Auschwitz; vagão de trem que levava aos campos de extermínio; crematório de Melke; túneis e minas de Ebensee, entre outros). Também são apresentadas fotografias e objetos originais cedidos pelo United States Holocaust Memorial Museum, entre outras instituições.

“A ascensão do nazismo na Alemanha, carregada de ódio e preconceito, aliada à xenofobia da superioridade da raça ariana, desembocou no Holocausto, o genocídio judeu, palavra criada após a 2.ª Guerra Mundial que significa a destruição de um povo e sua cultura”, diz Marcio Pitliuk, cocurador da exposição. “Que este triste exemplo sirva de lição para que sejam combatidas todas as ameaças às liberdades individuais e para que os discursos de ódio sejam eliminados pela raiz, antes que cresçam e se espalhem”, finaliza.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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