Movimento das Mulheres dos Policiais Militares acampa em frente ao 26º BPM
Cerca de 50 mulheres acamparam, na manhã de ontem (10), em frente ao 26º Batalhão de Polícia Militar, no bairro Quitandinha. Elas defendiam a paralisação dos serviços, em reivindicação pelo pagamento do 13º salário, do Regime Adicional de Serviço (RAS) Olímpico, do salário de janeiro e das metas atrasadas. A mobilização começou por volta das cinco horas e faz parte do movimento iniciado em todo o Estado do Rio de Janeiro. Apesar da presença dos familiares e do movimento pró-greve, o policiamento foi mantido na cidade.
"Não podemos ficar de braços cruzados vendo nossos maridos arriscando a vida e os nossos filhos passando necessidade. Esse movimento é justo, digno e legal. Queremos que os salários e os benefícios sejam pagos em dia, que eles tenham condições melhores de trabalho. Eles arriscam a vida todos os dias para garantir a segurança da população. Estamos exigindo o mínimo", disse uma das mulheres, pedindo para não ser identificada.
De forma pacífica, elas chegaram ao batalhão no fim da madrugada, por volta das 5h, vestidas de azul e levando barracas, cadeiras e comida. "Não vamos sair daqui até que o governador nos dê uma posição. Vamos permanecer ao lado dos nossos maridos", disse outra mulher, que também preferiu não se identificar. Com o filho no colo e ainda amamentando, ela pediu ajuda e compreensão da população. "Meu marido é PM há 15 anos e nunca vivemos uma situação tão crítica. Temos passado um sufoco. São duas crianças, uma na escola e outra ainda de colo. Já teve dia em que não tínhamos coisas dentro de casa nem para fazer comida. Não é justo. Ele trabalhou e tem o direito de receber o seu salário", frisou.
O objetivo das mulheres era impedir que os policiais entrassem ou saíssem dos batalhões. No entanto, durante todo o dia de ontem foi possível encontrar PMs em patrulhamento em alguns pontos da cidade. O 26º BPM tem um efetivo de 410 policiais.
Comandante do 26° BPM recebeu grupo
Durante a manhã elas foram recebidas pelo comandante do 26º BPM, tenente-coronel Eduardo Vaz Castelano, mas não houve acordo. "Vamos permanecer aqui, assim como as outras mulheres do movimento em todo o Estado", disse uma das representantes do grupo.
Em nota, a Polícia Militar do Rio de Janeiro informou que registrou manifestações em 27 unidades e garantiu que não houve paralisação do serviço, mas sim uma mobilização de familiares. A corporação frisou que o policiamento está sendo realizado normalmente. Ainda de acordo com a nota, em quatro unidades houve bloqueio na entrada e saída de viaturas – 3ºBPM (Méier), 6º BPM (Tijuca), 20ºBPM (Mesquita) e 40ºBPM (Campo Grande).
A Polícia Militar afirmou, na nota, "que respeita o direito democrático de manifestação pacífica, mas é fundamental que as formas de buscar os nossos direitos não impeçam o ir e vir dos nossos policiais, nem coloquem em risco as nossas vidas, dos nossos familiares e de toda a população".
Guarda Civil garante apoio à segurança dos petropolitanos nas ruas
A Prefeitura informou ontem que a Guarda Civil Municipal está de prontidão caso seja necessário reforçar o patrulhamento da cidade. Trinta homens estão nas ruas de Petrópolis para dar apoio à segurança da população.
De acordo com a corporação, nessa época do ano, os guardas já ficam de sobreaviso para eventual necessidade de acionamento em casos de chuvas, por exemplo. Por isso, não haverá dificuldade de mobilizar os homens.
A Guarda Civil, a segunda mais antiga do estado (92 anos), conta com um efetivo de 226 homens. Ao longo do ano, vem trabalhando para expandir a atuação e ter maior presença na rua. Praças da cidade, locais de grande comércio e de movimentação intensa da população tem recebido especial atenção nas primeiras semanas de 2017.
Para isso, já foi colocado em operação o ônibus de videomonitoramento na Praça Visconde de Mauá (Praça da Águia), o posto fixo 24 horas na Praça da Liberdade, presença de guardas na Rua Teresa, Rua do Imperador, rondas periódicas, como no Terminal do Centro, e a Guarda Turística, que foi reativada após cinco anos parada.
Exército em prontidão
Militares do 32º Batalhão de Infantaria Leve em Petrópolis estão de prontidão. A decisão alcança os quartéis do Exército de todo país, levando em conta que os soldados estão de sobreaviso porque podem ser acionados a qualquer momento para prestar apoio à operação iniciada no Espírito Santo. Apesar disso, nenhuma ordem foi para o envio da tropa da Cidade Imperial dada até o momento.
Mesmo assim, os soldados que estão de folga ficam impedidos de viajar, e a outra parte do efetivo deve continuar nas unidades. Caso outras paralisações como a do Espírito Santo ocorram, os militares devem estar prontos para atuar, dando suporte em qualquer município.