MP apura se Pablo Marçal descumpriu ordem judicial

28/jun 20:23
Por Juliano Galisi e Heitor Mazzoco / Estadão

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) obteve uma autorização da Justiça para apurar se o ex-coach Pablo Marçal, pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, descumpriu medidas cautelares impostas a ele em janeiro de 2022.

A promotora Renata Galhardo Cheuen, em ofício obtido pelo Estadão, diz ter tomado conhecimento do programa “La Casa Digital”, reality show com participação de Marçal em maio deste ano. Ao portal Migalhas, o ex-participante Luiz Gabriel Godoy afirmou ter enfrentado situações de desrespeito e maus tratos durante sua participação, tendo sido, inclusive, submetido a “treinamentos físicos intensos”.

Se a alegação de Luiz Gabriel proceder, pode ser configurado o descumprimento de uma medida cautelar expedida contra Pablo Marçal em janeiro de 2022. Na ocasião, o então coach foi proibido pelas autoridades de realizar “qualquer atividade externa na natureza (seja em montanhas, picos, rios, lagos, mares, ou em locais correlatos), por si ou por interposta pessoa sem prévia e expressa autorização”.

A ordem foi decretada após Marçal colocar a vida de 30 pessoas em risco durante uma escalada ao Pico dos Marins, no interior paulista, durante uma madrugada chuvosa. Para apurar se a medida cautelar foi descumprida, o MP-SP solicitou à delegacia de Serra Negra (SP), local da denúncia, o boletim de ocorrência registrado por Luiz Gabriel Godoy. As solicitações do MP foram aprovadas pela juíza Rafaela Cardoso Glioche.

Conforme jurisprudência fixada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), uma prisão preventiva pode ser decretada por ocasião do descumprimento de medida cautelar.

Em nota, a defesa do ex-coach nega o descumprimento de quaisquer medidas judiciais. “Não colocamos nenhum participante em risco físico durante o evento”, diz Marçal por meio de sua assessoria de imprensa. “Vale ressaltar que minha participação no evento foi meramente como apresentador, não sendo eu o organizador”.

Sobre o boletim registrado em Serra Negra, a defesa alega que a peça foi apresentada após o participante “ter tido problemas com um dos monitores e, supostamente, ter sido agredido”. “Caso tenha ocorrido alguma agressão por parte de qualquer pessoa durante o evento, é importante que essa pessoa responda por seus atos”, pontua.

A procuradoria paulista permitiu que a defesa do pré-candidato a prefeito apresentasse justificativas aos fatos narrados.

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