MPF apura legalidade de questionário da PRF sobre inclinação política de servidores

18/jul 10:54
Por Juliano Galisi / Estadão

O Ministério Público Federal (MPF) em Goiás instaurou uma apuração sobre um formulário da Polícia Rodoviária Federal (PRF) que questiona o posicionamento político dos servidores do órgão. Com o ofício, a corporação terá 15 dias para se explicar sobre o teste.

O formulário integra um curso sobre direitos humanos da PRF e propõe que o servidor responda, entre opções que variam de “extrema esquerda” a “extrema direita”, com qual delas o agente público mais se identifica.

O questionário também pergunta ao funcionário sobre suas preferências partidárias. Entre as opções apresentadas, constam siglas como Partido Democrático Trabalhista (PDT), Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), Partido Verde (PV), Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) e Partido dos Trabalhadores (PT).

Além destes, as agremiações União Brasil, MDB e PRD são apresentadas no formulário com suas denominações anteriores: Democratas, PMDB e PTB, respectivamente.

Segundo o MPF de Goiás, a apuração pretende averiguar “a motivação, legalidade, necessidade e a utilidade desse ato administrativo por parte da PRF”. Já a Polícia Rodoviária Federal alega que o formulário, denominado Teste de Associação Implícita (TAI), era de preenchimento voluntário e anônimo. Além disso, segundo a corporação, a aplicação do TAI já foi suspensa do curso de direitos humanos do qual fazia parte.

Política entre os servidores da PRF

O caso se soma a outros episódios envolvendo posicionamentos políticos na PRF. Durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), houve forte associação de que os agentes do órgão eram apoiadores do então chefe do Executivo.

Após as eleições gerais de 2022, integrantes da Polícia Rodoviária Federal passaram a ser alvo de investigação por, supostamente, agirem para bloquear o trânsito e tentar manipular o resultado do pleito. O ex-diretor-geral da PRF Silvinei Vasques está preso no complexo penitenciário da Papuda, em Brasília, sob a acusação de uso indevido do cargo para fazer campanha em favor de Bolsonaro.

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