Mulher está na UTI do HAC com Guillain-Barré

A Secretaria de Saúde confirmou o primeiro caso do ano registrado na cidade da Síndrome de Guillain Barré, por provável vírus da zika. A diarista Denise Nunes, de 50 anos, está internada na UTI do Hospital Alcides Carneiro, desde o dia 16 de março. A medicação específica para tratara doença, Imunoglobulina, começou a ser ministrada no dia 30 do mesmo mês. A demora para a utilização do medicamento ocorreu devido à burocracia estipulada pelo governo do estado e Ministério da Saúde para liberar o remédio. O quadro de saúde da diarista é considerado estável, porém ela sofre com a tetraplegia,um dos sintomas da doença, e respira com a ajuda de aparelhos.

De acordo com o município,nenhuma prefeitura do estado possui a Imunoglobulina. Isso porque o medicamento só é liberado pelo Ministério da Saúde e governo do estado com base nos dados de cada paciente que já esteja como diagnóstico concluído.Em nota, a Secretaria de Saúde informou que o medicamento é fornecido pelo estado, mediante solicitação da unidade de saúde na qual o paciente se encontra(normalmente, o tratamento é realizado em unidades de saúde estaduais mas, como a paciente já se encontrava internada em leito de UTI no município, a orientação do estado foi para que o tratamento fosse realizadona própria unidade).

Para conseguir a liberação do medicamento no estado, é necessário o cadastramento do paciente(feito com formulário específico da Secretaria Estadual de Saúde) e a assinatura de termo de aceite autorizando o uso da medicação (por tratar-se de medicamento de uso controlado). O termo foi assinado pela família no dia 24 e imediatamente enviado ao estado, que autorizou o envio do medicamento no dia 28. O medicamento Imunoglobulina começou a ser ministrado imediatamente após chegar ao hospital, no dia 30. A paciente segue em tratamento.

É importante ressaltar que o quadro de zika ainda não foi confirmado, porém a paciente apresentou sintomas da doença antes de desenvolver a síndrome. Em fevereiro, uma paciente de Magé ficou internada em Petrópolis coma suspeita de síndrome de Guillain-Barré. A mulher passou por uma consulta particular com um médico reumatologista, onde foi levantada a suspeita da doença.

A paciente foi orientada a procurar a UPA do Centro, onde foi encaminhada para a sala amarela, recebendo o atendimento necessário. De acordo com informações passadas pelo município, a paciente relatou ao médico que recebeu o diagnóstico de zika vírus no dia 24 de janeiro,durante um atendimento médico realizado em Magé.

Sobre a doença

A Síndrome de Guillain-Barré é uma doença autoimune, que ocorre quando o sistema imunológico do corpo ataca parte do próprio sistema nervoso por engano. Isso leva à inflamação dos nervos, que provoca fraqueza muscular. Os sintomas são: fraqueza nas pernas, acompanhada de paralisia muscular, coceira, queimação e dormência. Não se conhece a causa específica da síndrome, mas ela acomete pacientes que apresentaram alguma doença infecciosa aguda entre uma e três semanas antes e está associada a vários vírus, inclusive ao zika, transmitido pela picada do mosquito Aedes aegypti.

No Brasil, a ocorrência de síndromes neurológicas relacionadas ao vírus zika foi confirmada após investigações da Universidade Federal de Pernambuco, a partir da identificação do vírus em amostra de seis pacientes com sintomas neurológicos com histórico de doença exantemática. Deste total, quatro foram confirmadas com doença de Guillain-Barré.

A síndrome também pode ser desencadeada por uma infecção com a Campylobacter, um tipo de bactéria frequentemente encontrada em aves malcozidas, Vírus Influenza,Vírus de Epstein-Barr, HIV,o vírus da Aids, pneumonia,e Linfoma de Hodgkin.