Mulheres versus atividade física e o aumento do número de academias
A expansão das academias no Brasil aconteceu na década de 70 devido a crescente adesão dos indivíduos às práticas de atividade física. O intuito das academias nesta época era promover a saúde por meio da prática de uma atividade física diária. Mesmo assim, os locais públicos ao ar livre também foram crescendo entre aqueles que não se adaptavam às academias ou que viam a atividade física apenas como meio de lazer. O reconhecimento dos benefícios da atividade física entre os indivíduos despontou na década de 80, quando a prática sistematizada e orientada era capaz de modificar o corpo, auxiliar na resposta do sistema imunológico e na prevenção de doenças cardiovasculares.
As mulheres neste cenário, adotaram a rotina de atividades físicas como uma forma de se firmarem na sociedade como seres independentes e responsáveis pela própria imagem corporal. A musculação para as mulheres nesta época foi a modalidade que mais causou polêmica entre as praticantes e a sociedade, por dar forma musculosa no corpo feminino. Apesar dos benefícios reconhecidos, alguns entraves foram citados ao longo deste estudo, como o tempo escasso, os serviços domésticos, a criação dos filhos, a distância física da mulher à academia e as questões financeiras.
O profissional de educação física neste contexto é responsável por intermediar a relação mulher versus academia, fazendo com que ela se sinta à vontade, acolhida e motivada. Desta forma, as relações interpessoais acabam sendo estimuladas e sendo um dos pilares para a permanência da aluna na academia. Ainda há a necessidade de se pesquisar muito sobre a temática para que os resultados possam servir de referência para as tomadas de decisões das políticas públicas da saúde da mulher.
Em tempos modernos a busca por meios que prometem/auxiliam na melhoria da qualidade de vida (QV) estão sendo bastante discutidos e procurados, até mesmo porque a mídia vem enfatizando essas questões.
No entanto, um ritmo de vida moderno tende a ser pouco saudável, podendo provocar um desgaste físico e emocional. A rotina diária das pessoas acaba comprometendo suas vidas e sua saúde em vários aspectos. Dentre eles, observa-se uma insuficiência da prática de atividade física semanal, assim como um padrão alimentar inadequado e um alto nível de estresse, que acabam favorecendo uma incidência considerável de doenças cardiovasculares. A Organização Mundial da Saúde (OMS) supõe que há um risco aumentado de morte por doenças crônicas, entre 20% e 30% nos sedentários.
Por causa de todos estes entraves, observa-se que a procura por academias vem aumentando com o passar dos anos. As orientações médicas passaram a enfatizar a necessidade de se movimentar, para promover tanto a saúde corporal, quanto a saúde mental.
Apesar de a mulher iniciar, ainda que timidamente, sua atuação no mercado de trabalho, a visão sobre estilo de vida, imagem corporal e autoestima vem ganhando novos espaços no cotidiano feminino.
Por isso, faz-se importante reconhecer a relação entre as mulheres e a atividade física. Sabe-se que a atividade física é benéfica para todos os indivíduos; e para as mulheres muitas vezes surge como uma opção de lazer ou promoção da saúde.
Talvez a falta de procura seja por tempo cheio de tarefas familiares, ou pela falta de acesso a uma academia. A procura talvez aconteça ora pela comodidade de conseguir reservar um tempo somente pra ela, ora pela necessidade de promover a saúde, ora pela busca de corpo bonito.
Desta forma, objetiva-se identificar qual a relação entre as mulheres e a atividade física. Para tal, abordá-se-á a expansão das academias no Brasil e sua contextualização, os benefícios e os entraves que interferem na adesão às academias e, por fim, o papel do profissional de educação física na motivação e no atendimento às mulheres.
Os benefícios e os entraves que interferem na adesão das mulheres às academias
Em meados da década de 70, a mulher insere-se no mercado de trabalho ganhando autonomia para decidir sobre suas ações, afastando-se dos afazeres domésticos que deixam de ser, então, prioridade.
Por volta de 1980 vários estudos descobria-se que a prática sistemática de atividade física não só beneficiava o corpo, mas prevenia o aparecimento de doenças estimulando a ação do sistema imunológico.
Hoje as mulheres buscam as academias com o intuito de ter um padrão de corpo diferenciado, para fazer parte de um rol de indivíduos que empenham-se com a saúde e qualidade de vida na era da Modernidade. Ou ainda, como motivo mais plausível, para controle de peso, redução do estresse e melhoria da saúde.
Neste contexto, tem-se noção de que elas buscam, inicialmente, uma prática orientada por um instrutor ou personal trainer para alcançar um padrão de beleza, pautado na opinião da maioria da sociedade: a magreza. Salienta-se que os aspectos relacionados à forma e ao peso da mulher, desconsideram as peculiaridades de cada indivíduo.
O comércio fitness também é um fator que leva as mulheres às academias. Percebe-se que a comercialização de alimentos, suplementos e roupas específicas fazem parte, na atualidade, de uma tendência de moda feminina, onde estar inserido e por dentro de todas as inovações fitness deixa-as em destaque para a sociedade .
Referências
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Disponível em: <http://www.efdeportes.com/efd115/fatores-motivacionais-que-levam-as-pessoas-a-procurarem-por-academias.htm>. Acesso em: 05 fev. 2017.
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