Na terra dos boquirrotos

Na última semana, – aqui na Tribuna de Petrópolis – uma vez mais brindou-nos com excelente artigo, o meu amigo, que admiro e festejo como um dos mais conscientes e esclarecidos observadores da vida nacional, o empresário Gastão Reis. Seu título: “Dupla afronta ao povo brasileiro”.

Em feliz texto, com a clareza necessária e no estilo direto e coloquial, claro e conciso, Gastão comenta os últimos absurdos ocorridos na vida brasileira, partidos de autoridades de vários níveis, constrangedores do bom senso e de nocivos efeitos para a moral de nossa república.

Diz Gastão: “O Brasil mais parece uma estranha montanha russa com mais descidas do que subidas. Os atuais poderes constituídos competem entre si para se desconstituírem”.

Perfeito! Constata-se que a vil politicalha se coloca acima da mínima razão do bom senso e no arrepio da rasgação de leis e preceitos, sob interpretações político-judiciais equivocadas, sem lastros legais, deitam à nação uma enxurrada de decisões judiciais monocráticas sob fundamentos pífios e, pasmem, em total e flagrante desrespeito ao ordenamento constitucional.

E quem pratica tal despautério são cidadãos “de moral ilibada”, “libertos das injunções políticas”, “senhores da mais correta interpretação da verdade jurídica” porque assentados nas poltronas milionárias do mais alto dessa montanha russa… O resultado de tantos engasgos entalados são as descidas abruptas lançando nas ruas condenados, anulando processos, expurgando das tornozeleiras eletrônicas criminosos condenados de alta periculosidade moral e política. E falam, como falam! – tentando explicar e justificar tantos despautérios! Boquirrotos!

Em outro palácio de Niemayer, no Distrito Federal, um cidadão eleito pela maioria do povo brasileiro, cheio de ideias, projetos e vindo de longa atuação parlamentar em nível de “baixo clero”, tropeça e escorregai em suas orações aos meios de comunicação, discute, briga, vira as costas e boquirrota abobrinhas de gigantescas dimensões, quase sempre na contramão dos acontecimentos nacionais e internacionais. É o dono da verdade e por atuação tão desastrosa, municia as oposições – que estiveram no poder logo ali atrás – reforçando adversários do tipo do princípio do “deixar cair a casa, porque quanto pior, melhor!” e ainda, alguns deles, ainda gritando a plenos pulmões: ” – Me ajuda ai, covid-19, matando o maior número de eleitores que seguem a ordem de não se vacinarem para prevenir a tal “gripezinha”. Surrealismo criminoso, hediondo.

O excelente articulista Gastão Reis desenvolve no artigo em tela um retrospecto suscinto da vida nacional em tempos dessa louca pandemia, elucidativamente perfeito e correto, utilizando um forte e correto termo ao afirmar existir uma batalha entre todos os atuais poderes constituídos, que  suicidamente competem entre si para se desconstituírem.

O resultado de tais sinecuras, atinge o povo, eternamente sem o apoio que merece das autoridades, famílias que constituem a massa de manobra dos espertalhões.

Nos últimos parágrafos de seu artigo. Gastão Reis comenta o que anda ocorrendo com a reforma do Palácio Imperial da Quinta da Boa Vista, vítima de recente incêndio e que, no momento é moeda de manobra política entre os poderosos de plantão. Cita, em contraponto, outra realidade mundial, a restauração da Notre Dame de Paris, com verbas, projetos e o cuidado na preservação do bem cultural em sua plenitude.

          Por final, observa-se que o nosso país continua o mesmo notadamente quando ocorrências começam a feder em demasia, busca-se um outro fato – recente ou antigo – para fazer esquecer ou minimizar os maus-feitos e fazer politicagem com outros.

          – Quem matou Marielle e o motorista Anderson?

          – Quem mandou o Bispo esfaquear o candidato a presidente?

          – Quem será o próximo Ministro da Saúde?

          – Quem desviou mais recurso: Os Correios? A Petrobras?

          – Ah?! O Sérgio Cabral?!

          – “Tá”!