Não achincalhe as Forças Armadas
Não quero defender as Forças Armadas de possíveis falhas do passado, muito menos ignorar o outro lado, mas me incomoda o achincalhe que vêm sofrendo na mídia, que agride, em especial, o Exército, cujo pronunciamento do general Mourão recebeu o epíteto de “palhaço” de um senador do PT, que precisa olhar seu partido e procurar a autoridade moral, que não possui, para agredir um integrante do Exército Brasileiro, independente da patente – uma instituição que não pode ser desrespeitada, como um ministro se vestindo de militar e outro colocando uma bandeira vermelha junto ao Pavilhão Nacional em cerimônia oficial, o que denota total falta de postura que o cargo exige. Ninguém contesta o óbvio – não se avalia a qualidade de uma maçã olhando só por um lado se o outro estiver podre, mas pode aproveitar-se o lado bom.
Talvez ninguém alcance ou valorize a importância das Forças Armadas, que não é, simplesmente, proteger a população dos traficantes, nem construir estradas ou pontes pelo interior, obrigação dos governos que não têm competência nem interesse em resolver, fechando os olhos igual o Legislativo, “ad aeternum”, como o tal senador que não tem coragem nem hombridade de sugerir mudanças no Código Penal, com medo de colocar seu pescoço na “guilhotina” da lei. A missão das Forças Armadas, que têm a obrigação de estar sempre atentas, é muito mais elevada – defender o país de elementos indesejáveis.
Ninguém questiona os últimos governos, desde FHC, terem colocado somente civis no Ministério da Defesa, quando o normal e o bom senso exigem que sejam militares como sempre ocorreu. Duvidosa a intenção se os civis nomeados não possuem conhecimentos estratégicos de segurança, porque são cargos políticos, independentemente de competência e capacidade para acomodarem sua tropa de apoio. E é por isto que nada funciona neste país porque tem sempre um homem errado em lugar de um competente. Mal comparando, aprendeu a misturar areia com cimento já se intitula de pedreiro. São todos polivalentes “de berço”.
Criticam o lado negativo do governo militar, por torturas, mas ninguém critica o outro lado, por terrorismo (que nunca apoiei a ambos), como ninguém critica os governos civis, pela tortura e terrorismo subliminar que sempre impõem ao povo, com mortes a cada dia pela saúde deficiente, aposentadorias vilipendiadas, estradas abandonadas, falta de saneamento básico, falta de tudo. No Brasil, por incompetência, seus políticos só sabem arrotar inocência que nunca tiveram com uma postura inconsistente.
Não sou militar, mas respeito a instituição como merece, e cito um ditado inglês bem apropriado, para reflexão: – “Quando a guerra grassa e o perigo é iminente, Deus e os soldados são o clamor do povo. Quando a paz é feita e todas as coisas são restabelecidas, Deus é ignorado e os soldados esquecidos”.
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