Não vi nem ouvi, agora li

31/10/2018 09:40

Antônio Izaias da Costa Abreu, magistrado, escritor, admirável ser humano, sempre surpreende seus amigos, admiradores e a literatura nacional com joias literárias e algumas de percuciente pesquisa histórica. Já lançou inúmeras obras e promete mais. De sua lavra: “O Linguajar do Marginalizado”; “Quilombos em Petrópolis”; “Municípios e Topônimos Fluminenses”; “A Morte de Koeler – a tragédia que abalou Petrópolis”; “Ternas Recordações” (aqui apaixonado poeta); e uma série preciosa desvelando a história do Judiciário Fluminense, fruto de sua dignificante passagem pelos caminhos e trilhas da magistratura em nossa terra fluminense.

Dotado de cativante bom humor aliado à responsabilidade profissional de uma gloriosa vida a serviço do povo do Estado do Rio de Janeiro, o Dr. Antônio Izaias tem na amizade, respeito e companheirismo o seu norte de vida, onde empilham-se ordenadamente uma legião de admiradores de sua capacidade intelectual e seu talento pela vida sã, objetiva e cristã.

Afirmo, obedecendo ao mais correto princípio de justiça humana, ser o meu amigo e confrade acadêmico da Academia Petropolitana de Letras e do Instituto Histórico de Petrópolis, uma das marcantes personalidades que povoam por edificantes sentimentos a minha vida, em provas que o coração registra e a memória grava nos anais da história de cada qual.

Leio a sua última obra literária, que me enviou com sempre generosa e amiga dedicatória: “O que Vi e Ouvi – Crônicas Anedotizadas”. Sem surpresa alguma, atesto que ela vem como registro de fatos que o grande amigo presenciou e ouviu durante sua vida profissional, escritas bem ao seu estilo leve, jocoso, completo conquanto conciso.

Antônio Izaias relembra figuras de nosso Estado do Rio em suas passagens intensamente humanas e na simplicidade comum a qualquer ser vivente. Não importa, em suas reminiscências, terçar loas às perfeições de cada qual, mas, assinalar e registrar a descontração para a vida , que é característica do ser humano, diante de situações que cobram inteligência e perspicácia, amor e fraternidade, coerência na simplicidade e, por que não, desnudando as qualidades comuns, livres das amarras do exigente complexo social.

Algumas pessoas eu conheci, nas diversas trilhas de minha vida, deliciando-me com os flagrantes da vida que o feliz Autor revela e recorda, regravando, na minha sensibilidade de participante daqueles mágicos dias, a marca da saudade de tempos e gentes que a sociedade de hoje dificilmente possui e molda.

Cito alguns deles, pela infinita saudade que as crônicas fizeram retornar à vida – pela lembrança -, meus amigos: acadêmicos da Academia Petropolitana de Letras, confrades com os quais convivi: Aloysio Maria Teixeira, Claudionor de Souza Adão, Felisberto Monteiro Ribeiro Netto, Orlando Carlos da Silva e Paulo Gomes da Silva; Alaôr Eduardo Scizinio, grande poeta; Alcides Carnevalli, oficial de justiça e talentoso ator no meu grupo cênico (o TEP); Juiz Ivo Werneck de Carvalho; Malaquias Rodrigues dos Santos, o orador intrometido; Waldemar José Teixeira, inesquecível meu professor de História… E muitos outros que vi em atuação, acompanhei por curiosidade, admirei por qualidades explícitas de marcantes cidadãos.

            Agradeço a Antônio Izaias o presente que doa à cultura fluminense e brasileira, na qual, como ele, participo e comento, relembro e cultuo, porque é no escaninho da memória que reside o mais caro presente que a vida a todos proporciona: a consciência dos edificantes exemplos, áureos registros que argamassam a edificação do futuro.

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