‘Ninguém come PIB’, dizia Maria da Conceição Tavares, que defendia a justiça social

08/jun 14:33
Por Luciana Xavier / Estadão

A economista Maria da Conceição Tavares, que morreu neste sábado, 8, aos 94 anos, foi uma das mais importantes economistas no Brasil, que defendia a justiça social e cuja influência ficou marcada a partir dos anos 60. “Uma economia que diz que precisa primeiro estabilizar, depois crescer, depois distribuir é uma falácia. E tem sido uma falácia. Nem estabiliza, cresce aos solavancos, e não distribui”, afirmava.

Estudou matemática em Lisboa e no Brasil se formou na Universidade do Brasil, hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Foi professora na UFRJ e no Instituto de Economia da Universidade de Campinas (Unicamp).

No lançamento do Plano Cruzado, em março de 1986, apareceu chorando na TV, emocionada, ao falar do plano que visava combater a hiperinflação e foi o primeiro de três planos econômicos heterodoxos com esse objetivo.

“Acompanhei o plano todo, até que capotou de maneira estrondosa. Todas as experiências foram muito amargas. Foram feitas mais de cinco tentativas de atacar a hiperinflação. E não deu, só deu mais tarde. Estava comovida. Pela primeira vez se fazia um plano anti-inflacionário que não prejudicava o trabalhador. Isso é comovedor, todos os outros, como este agora também, provocaram recessão, desemprego e queda de salários”, disse em entrevista ao jornal O Globo, em 2015.

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