No mês da Consciência Negra, o tema e a situação de famílias em Petrópolis após tragédias são abordados no palco do RTM
Neste domingo (20), é celebrado o Dia da Consciência Negra. Para marcar este mês importante na luta contra o preconceito racial, a ONG Todos Juntos Ninguém Sozinho (TJNS) fez a primeira campanha na cidade de Petrópolis, em parceria com o evento Rock The Mountain (RTM), em dois finais de semana, nos dias 05 e 06; 12 e 13 de novembro, que alcançou um público de quase 80 mil pessoas de vários estados do Brasil.
A idealizadora da ONG, Pamela Mércia, subiu ao palco junto da influencer Dandara Pagu durante a abertura do show de Gilberto Gil. Na ocasião, a dupla falou sobre o tema e a situação de várias famílias na cidade de Petrópolis.
Sobre a ONG
A ONG Todos Juntos Ninguém Sozinho começou ajudando famílias em situação de vulnerabilidade em 2020, na pandemia, através de doações de alimentos, produtos de higiene pessoal e roupas. Após as chuvas que atingiram a cidade, o número de famílias pedindo auxílio, por conta do comércio ter sido atingido, triplicou, o que levou o trabalho da instituição a outros caminhos.
A atuação da ONG na orientação profissional já existia. O grupo auxilia na elaboração de currículos e encaminha as pessoas que precisam de ajuda para o mercado de trabalho. Em sua grande maioria, mulheres. Sobre isso, a ONG idealizou o projeto “Sustenta Elas”, voltado para capacitação de mulheres que foram vítimas das chuvas, a maioria delas, mulheres pretas, com baixa escolaridade, mães solos, com dificuldade de encontrar vagas no mercado de trabalho. O intuito com o projeto é formar empreendedoras empoderadas para que elas gerem renda em suas próprias casas, produzindo produtos que não exijam grande investimento.
Com essa observação foi preciso reforçar um trabalho de atenção aos problemas históricos dos que são os mais atingidos: famílias que moram em locais de risco, de baixa ou nenhuma renda e sem voz na sociedade. Pamela comenta que pouco se fala e não é de conhecimento geral, mas esse problema as torna vítimas do Racismo Ambiental.
Racismo Ambiental
O Racismo Ambiental aborda como a maioria dos desastres ambientais de grande impacto ocorrem em regiões e locais em situação de vulnerabilidade social e nas comunidades periféricas, onde a população é majoritariamente formada por pessoas pretas, indígenas, quilombolas e povos tradicionais. O assunto, inclusive, foi discutido na 27ª conferência do clima da Organização das Nações Unidas, a COP 27.