Noites insones na Washington Luís: anuário indica aumento no nº de acidentes na cidade

07/11/2019 14:35

“Eu acordo às três da madrugada para ajudar as pessoas e não aguento mais”, relata uma moradora da rua Washington Luís, pelo caos causado pelos diversos acidentes de trânsito. A via é uma das apontadas, no último Anuário da CPTrans, como uma das ruas com altos índice de acidentes. Na última sexta-feira (1), uma colisão e a queda de uma moto fizeram três vítimas. 

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“Pelo menos nos últimos cinco anos, é recorrente um acidente aqui, principalmente em dias de chuva, no horário de 11h da noite até de madrugada, eu acordo às três da madrugada para ajudar as pessoas, eu não aguento mais. A última vez foi na sexta, mas foi até um acidente fraco, mas eu fiquei na chuva para sinalizar para os outros carros para evitar outro acidente. E hoje mesmo (nesta quarta), ouvi uma moto derrapar porque a pista está molhada”, contou Cacilda Santana, 65 anos, moradora da rua há 18 anos.

Para a moradora, a rua é perigosa principalmente a partir da UPA. Cacilda mora em frente a Fábrica São Pedro de Alcântara, próximo a uma das curvas que mais tem ocorrências de acidentes. Somente na última sexta-feira, dia 01, dois acidentes foram registrados na Washington Luís. A colisão entre um veículo e um anteparo deixou dois homens com ferimentos moderados. Mais tarde, a queda de uma moto, deixou mais um ferido, ambos os casos, as vítimas foram socorridas pelo Corpo de Bombeiros e encaminhadas ao Hospital Santa Teresa.

Com o alto número de acidentes ocorrendo na via, os moradores estão apreensivos e temem pelos acidentes mais graves e aqueles que invadem as calçadas e lojas da via. A aposentada Deia Zilves, 72 anos, conta que a insegurança gerada, há anos, não é sanada.“Toda semana tem, pelo menos, um ou dois acidentes, e o pior é que agente vê gente saindo machucada, caindo no rio, e até mesmo, acidentes fatais. É problemático e caótico, nos sentimos inseguros o tempo todo”, contou ela.

O problema já foi alvo de abaixo-assinado feito pelos moradores e comerciantes, foram arrecadados cerca de 8 mil assinaturas pedindo providências, mas nada foi feito. “Os motoristas não percebem o declive e vão descendo ganhando velocidade, quando chegam nas curvas, perdem o controle do carro, em muitos os casos, acredito, para evitar a queda no rio, se jogam para a calçada. Os moradores fizeram um abaixo-assinado pedindo alguma providência, alguma forma de parar os veículos que trafegam em alta velocidade, com a instalação de quebra-molas talvez, mas eles responderam que por ser entrada da cidade não podem colocar, mas é preciso que algo seja feito”, aponta Alcir Santana, corretor de seguros.

Questionada sobre o que tem sido feito para minimizar os riscos de acidente na via, a Prefeitura informou que o local possui sinalização horizontal e vertical para orientar tanto condutores como pedestres que utilizam a via. E que a CPTrans realiza, de forma permanente, ações de educação do trânsito, além da Campanha do Maio Amarelo, quando as atividades de conscientização são intensificadas.

Anuário 2018

Divulgado em setembro, o Anuário Estatísticos de Acidentes de Trânsito, apresentado pela CPTrans, indica que o número de acidentes de trânsito no município aumentou 9,8%, em 2018. As vias em que mais ocorreram registros foram Estrada União e Indústria, em seguida Avenida Barão do Rio Branco, Rua Bingen e Coronel Veiga. Outras vias apontadas no levantamento foram rua Fonseca Ramos e Washington Luís.

Os dados apontam que número geral de acidentes de trânsito aumentou de 1.776 em 2017 para 1.950 no ano passado. O percentual de vítimas também registrou aumento. Foram 1.589 registros enquanto no ano passado foram 1.713 – 7,8% a mais. Os motociclistas foram as principais vítimas de acidentes de trânsito. Eles representam 48,93% do número total de vítimas, ou seja, foram 869 pessoas. 

Para o ano de 2018, foi criado mais um índice chamado “Insegurança Viária”, neste a CPTrans leva em conta não somente os acidentes por km, mas também as vítimas por km, e as fatalidades por km. Para cada uma dessas variáveis foi atribuído um peso, e calculado um valor, que se aproxima ainda mais da sensação de insegurança. 

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