Nosso futuro está no passado

18/05/2018 13:30

Que bonito título para nossa cidade, cuja frase retirei de um suplemento imobiliário de jornal, em referência aos imóveis remanescentes de alguns bairros cariocasa como Lapa e Botafogo. E nem por isto podemos nos furtar de imitar já que somos “Imperial” e que nos “obriga” a tal medida de preservação e restauração  – ao que fazemos jus.

Seria muito bom que o povo pudesse ler esta frase e se conscientizar de sua importância para preservação do que resta de nossa cidade mutilada pela sanha imobiliária, mas com bastante divulgação dos poderes públicos e o que os forçaria a abraçar tal iniciativa, também, e não ficar somente constante em discursos e promessas inócuas. É imprescindível. É urgentíssimo que nos apeguemos a tal assunto se quisermos deixar para as próximas gerações algo que possam se sentir realizados e cônscios de tais cuidados – isto para quem tem sensibilidade.

Nosso companheiro de sessão, Joaquim Eloy, tem batido na mesma tecla, como tantos outros, mas as diversas administrações públicas deixam de fazer algo de positivo – são todos moucos por comodidade. É lamentável se, qualquer iniciativa tem, obrigatoriamente, que partir delas, e a nós, só compete cobrar, cobrar e cobrar – até termos uma resposta positiva.

É vergonhoso perante os turistas, mostrar as entranhas de nossa displicência e relaxamento com as coisas públicas – por descaso da população acrescido da inércia das autoridades. Não consigo entender – talvez eu seja por demais ignorante por não alcançar a sapiência dessas pessoas que sentem um prazer inusitado em destruir, pichar  e emporcalhar a cidade. Ou eles são muitos sapientes e nós, ignorantes – mas tenho certeza que se dá o inverso. É lamentável, muito lamentável, que não possamos viver em comunidade civilizadamente, com respeito à cidade e aos semelhantes que tanto prezam esta terra de clima superameno e que tudo nos propicia de bom. De um lado o executivo, do outro, o nativo – ambos sempre negativos.

Há um lema cosmopolita que diz – “Ubi bene, ibi pátria”  – numa tradução livre – “Onde se vive bem aí é a pátria”. Aqui sempre me senti bem, mesmo com suas mazelas e desrespeito, o que, infelizmente reflete o comportamento do brasileiro em geral em consequência do movimento do – “é proibido proibir” – por isto tudo é permitido e permissível, mesmo que seja para desconforto dos mais civilizados e responsáveis, enfim, que seja para agredir em todos os sentidos, num prazer duvidoso – de um lado o lucro financeiro e do outro, o total descaso pela falta de educação e bom senso da população, sem outra motivação. 

 Por isto, bem definiu o trovador mineiro Benedito Machado, quando disse: “ Vive o homem neste mundo / em busca de amor e paz, / mas pelo dinheiro imundo / vende a alma à Satanás”. jrobertogullino@gmail.com


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