Notícias do Corpo: Avanço da idade e a frequência cardíaca em corredores

Os chamados marcadores fisiológicos são dados que medem o quanto cada indivíduo está envelhecendo. Matsudo 1992 mostrou em seus trabalhos a diminuição do débito cardíaco, a freqüência cardíaca, o volume sistólico, a utilização de oxigênio pelos tecidos, o VO2 Máximo entre outros. Vários pesquisadores conseguiram demonstrar que o VO2 Máximo diminui em média 1% ao ano e após a terceira década de vida essa capacidade do corpo diminuir a produção de energia pode ser mais acentuada. A corrida de rua, pela sua praticidade, permite que se pratique-a por muitos anos. Entre os marcadores fisiológicos citados que diminuem com a idade, parece que capacidade de bombear um bom volume de sangue por minuto se altera pouco. É um fator que reflete na frequência cardíaca de repouso. Corredores com mais de 60 anos, que treinam por muitos anos sem parar, também têm frequência cardíaca abaixo de 60 batimentos (40 a 50), tanto quanto tinham aos 40 anos de idade. Skinner J.S. et al. (2001) cita que algumas adaptações advindas do treinamento físico não são limitadas pela idade. Goldsmith et al. (1997) ao estudar indivíduos entre 20 e 45 anos de idade de diferentes aptidões cardiorrespiratórias demonstrou que a diminuição do VO2 Máximo tem mais a ver com o avanço da idade do que a frequência cardíaca. Portanto, os marcadores fisiológicos demonstram o quanto cada um está envelhecendo, mas o rendimento cardíaco representado pela frequência cardíaca de repouso e as respostas chamadas cronotrópicas se modificam pouco com o avanço da idade. A força de contração do músculo cardíaco, as paredes e as câmaras cardíacas respondem ao treinamento físico enquanto for praticado tanto quanto os outros músculos do corpo. Vale a qualidade e a regularidade do treinamento mantido por muitos anos. Claro, a velocidade e outros parâmetros diminuem com o avanço da idade, razão pela qual as corridas são divididas por faixa etária. Prof. Moraes

Literatura Sugerida: Azevedo, Luciene Ferreira – Adaptações Autonômicas e Cardiovasculares em Atletas de Alto Rendimento: Influência da modalidade e periodização do treinamento físico – São Paulo 2011. Tese de Doutorado. Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.