Notícias do Corpo: Corredores fundistas têm mais massa cinzenta no cérebro

27/06/2021 08:00
Por Professor Luiz Carlos Moraes

Engana-se quem pensa que a corrida de rua, por ser de movimento biomecânico repetitivo usa-se pouco o cérebro e por conseguinte as ligações neurais. Um interessante estudo conduzido por Cao L, et, al. (2021) mostrou que corredores de longa distância, quando comparados com grupo de controle possuem maior volume de substância cinzenta e branca. O estudo foi feito com ressonância magnética multimodal para investigar as diferenças estruturais e funcionais do cérebro. Sabe-se que a substância cinzenta é composta de neurônios e relacionada com processamento de cognição. Já a substância branca é composta de axônios mielíticos responsáveis por modular a distribuição de ações potenciais. É como se fosse um relé coordenando diferentes regiões do cérebro. A mielina é uma camada lipoprotéica que envolve e protege a condução nervosa dos axônios dos neurônios, tornando-a mais rápida e eficaz. Em vista disso, doenças neurodegenerativas como o Mal de Alzheimer entre outras como a esclerose amiotrófica, que afetam os neurônios e a camada protetora (mielina), especula-se que de alguma forma possa retardar essas doenças já que a corrida de longa duração tem ação protetora na camada mielina. Essas doenças não têm cura, mas podem ser retardadas. Só não se sabe se o aumento de massa cinzenta e branca tem a ver com a performance. Ou seja, qual a diferença entre atletas profissionais e recreativos. Em minha humilde opinião entendo que os recreativos levam vantagem por não forçar tanto os limites fisiológicos como os de elite que vivem sob pressão de resultado. Prof. Moraes

Literatura Sugerida:

Cao L, Zhang Y, Huang R, et al. Structural and functional brain signatures of endurance runners. Brain Struct Funct. 2021;226(1):93-103. doi:10.1007/s00429-020-02170-y

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