Notícias do Corpo: O lugar no pódio é temporário

14/11/2021 08:00
Por Professor Luiz Carlos Moraes

Que o exercício físico faz bem disso ninguém tem dúvida. E a competição? Até onde ela é benéfica ou maléfica à saúde? Qualquer um de nós corredores (as) seria capaz de responder que a competição também faz bem porque qual de nós depois de experimentar a primeira participação numa prova não se preparou para a segunda, terceira e tantas outras mais? A partir do momento que a gente começa a competir no seu verdadeiro sentido da palavra começa-se a conviver com os medos, a ansiedade e as nossas dúvidas. Competir significa fazer comparações consigo e com os outros. Significa vencer desafios e até rivalidade com os oponentes, no caso da corrida, para a maioria, com os concorrentes da faixa etária. A partir do momento que o corredor deseja subir no pódio seria hipocrisia dizer que não deseja chegar na frente do outro “porque é seu amigo”. É meu amigo sim, mas na corrida se eu puder chegar na frente dele eu vou chegar sim! A meu ver não vejo nenhum problema com isso desde que a competitividade não extrapole os limites da razão, do bom senso e do “Fair Play”. Tem sempre alguém a ser batido. Nos anos 70, quando comecei a conviver com as maratonas, o recorde Mundial pertencia a Dereck Clayton, adepto ao treinamento de Arthur Lydhiard, com 2h09min36, batido em 1967 e dois anos depois em Antuérpia 2h08min34. Tempo que só veio a ser batido por Alberto Salazar em 1981. Atualmente o queniano Eliud Kipchoge é o homem a ser batido, provavelmente por outro queniano. Há quem diga que chegou o limite. Tenho minhas dúvidas. O pódio é o lugar mais cobiçado e por isso mesmo mais frágil. Nos anos 70 falava-se o mesmo para um recorde que durou 12 anos. Voltando para a nossa realidade qual o seu próximo desafio?

Literatura Sugerida:

HESPANHOL JUNIOR, Luiz C; COSTA, Leonardo, O. P; CARVALHO, Aline C. A; LOPES, Alexandre D. – Perfil das características do treinamento e associação com lesões musculoesqueléticos previas em corredores recreacionais: Um estudo transversal. Revista Brasileira Fisioterapia.(2012)

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