Novas peças históricas enriquecem o acervo do Museu de Porcelana de Petrópolis
Nesta semana, o Museu de Porcelana de Petrópolis vivenciou um marco na preservação da história e da arte da porcelana. Luciano René Böttger, descendente direto de Johann Friedrich Böttger, pioneiro na descoberta da cerâmica europeia, realizou uma doação de grande significado para o espaço. As peças históricas, que remontam ao início do século XVIII, foram incorporadas oficialmente ao museu na última quinta-feira (18).
Em meio à solenidade, o curador do museu, Robert Marcus Bedran, expressou sua gratidão pela generosidade de Böttger. “Receber uma doação de um descendente do descobridor da fórmula da porcelana é um privilégio ímpar. Não deve haver outro museu no Brasil com uma peça dedicada pela própria Meissen à família de Johann Friedrich Böttger”, afirmou.
As peças doadas ficarão expostas em destaque, acompanhadas de uma placa que reconhece o gesto do petropolitano. Entre as doações estão algumas peças da manufatura Meissen, uma das mais valorizadas no mundo devido à sua história e qualidade excepcional. “É um gesto muito altruísta do Sr. Luciano Böttger, que enriquecerá ainda mais nosso acervo”, ressaltou o curador.
A história da Meissen, pioneira na produção de porcelana na Europa, remonta aos esforços de Johann Böttger. Encarcerado por ordens do príncipe eleitor da Saxônia Augusto, o Forte, Böttger desvendou o segredo milenar da porcelana, uma conquista que reverbera até os dias atuais. “Diz a história que ele foi trancado pelo príncipe em um castelo até desvendar o mistério da porcelana. Este foi um segredo que perdurou por mais de mil anos e os chineses guardaram a sete chaves. Muitos tentaram, mas foram Böttger e von Tschirnhaus que descobriram”, explica Bedran.
Além das peças da Meissen, o Museu de Porcelana de Petrópolis abriga um acervo diversificado, com contribuições de diferentes países europeus, incluindo Alemanha, Dinamarca, Inglaterra, Itália, antiga Tchecoslováquia e França. Este museu, um dos principais pontos turísticos de Petrópolis, tem sido reconhecido por sua excelência, mantendo-se consistentemente como o número um entre 106 atividades para fazer na cidade, segundo avaliações no Google e no TripAdvisor.
“Muitas pessoas desconhecem a utilização da porcelana para obras de arte. Estão mais acostumados a ver pratos, xícaras, louças… Quando entram no Museu e têm a oportunidade de apreciar esculturas tão realistas, ficam surpresas. O acervo por si só é belíssimo. Além disso, procuramos treinar nossa equipe para recepcionar os visitantes da melhor maneira possível, com muita informação e simpatia”, explica Bedran sobre o sucesso do museu.
Mais sobre o Museu de Porcelana de Petrópolis
Localizado no Centro Histórico da cidade, ao lado do Relógio das Flores, o Museu de Porcelana de Petrópolis reúne cerca de 1.300 animais em porcelana, pintados à mão, datando do final do século XIX até meados do século XX. Em um casarão histórico que já pertenceu à família do Marechal Rondon, o museu chama atenção não apenas pela beleza das peças, mas também pela preservação das características arquitetônicas originais.