Novo corte no preço da gasolina e diesel nas refinarias não chega aos postos de combustíveis
A Petrobras anunciou no último dia 28 o corte de 5% no preço do diesel comum, e de 4% no preço da gasolina nas refinarias. Os novos valores passaram a constar já no dia 29 de fevereiro. Apesar disso, a redução não chegou as postos de combustíveis. Esta não é a primeira vez que a estatal divulga a diminuição nos preços, que nunca chegam ao consumidor final. De acordo com o gerente de um dos estabelecimentos de Petrópolis, as diminuições anunciadas normalmente não chegam aos empresários.
“Para nós o ideal é que os preços estejam baixos! Afinal, quando o combustível está barato as pessoas consomem mais e para nós isso é bom. Mas a queda nas bombas vai muito além dos anúncios feitos pela estatal, já que quase nunca chegam até nós. Diante disso, como não repassar o valor para o consumidor final? Ou cobramos de acordo ou fechamos as portas”, afirmou.
Apenas este ano, a Petrobras reduziu cinco vezes o valor dos combustíveis nas refinarias. Os cortes nos repasses começaram em 31 de janeiro, mas de acordo com levantamento no site da Agência Nacional do Petróleo (ANP), o preço final nos postos não tiveram redução. Isso porque a variação no preço final depende ainda de outros fatores, como o consumo dos estoques armazenados, impostos, margens de revenda e percentual da mistura dos biocombustíveis.
A queda foi decidida em um cenário de desvalorização do petróleo no mercado mundial. A desvalorização é influenciada pelo avanço dos casos de coronavírus pelo mundo, o que gera no mercado o receio de uma eventual desaceleração da economia mundial e, consequentemente, de uma menor demanda por combustíveis.
Conforme os dados da ANP, em novembro do ano passado, o litro da gasolina em Petrópolis tinha um preço médio nas bombas de R$ 4,973. Um mês depois, o valor passou para R$ 5,135. Em janeiro, o litro custava em torno de R$ 5,157. Agora, no início do mês, o consumidor paga em média pelo combustível R$ 5,173. Valor, que continua sendo aplicado até o momento. Já o Diesel tem preço médio de R$ 3,89.
Petropolitanos sofrem para abastecer os veículos
Diante do alto preço dos combustíveis, a maior arte dos petropolitanos têm se desdobrado para conseguir arcar com os gastos da gasolina, princialmente. De acordo com a enfermeira, Natália Elisa Duarte Leal, a despesa mensal da família é, de pelo menos, R$ 800, apenas com combustível.
“Todos os dias vou de casa para a escola das crianças, depois sigo para o trabalho, e na volta busco elas e retorno para casa. É basicamente nisso que se resume o uso do meu carro, e mesmo assim sai bem caro. O percurso que faço é do Quitandinha até o Centro, depois sigo para a Montecaseiros e vou ao trabalho que fica na Avenida Barão do Rio Branco. Por fim retomo esse trajeto. Além do preço alto do combustível, nós ainda temos que lidar com as péssimas condições das ruas e aumento o do número de veículos, que piora o trânsito a cada ano”, desabafou.
Gustavo de Pádua é empresário e afirma que por mês gasta o mesmo valor para os passeios particulares. Já os gastos com o carro da empresa são ainda maiores. “Com certeza por mês gastamos cerca de R$ 2 mil. É um preço muito alto e que pesa no orçamento de qualquer pessoa”, afirmou.