Novo plano de ação do Governo Federal prevê redução dos impactos das arboviroses

20/out 09:00
Por Maria Julia Souza I Foto: Pixabay

Para diminuir o número de casos e óbitos por dengue, chikungunya, Zika e oropouche no próximo período sazonal no Brasil, o Governo Federal lançou um plano de ação para reduzir os impactos das arboviroses. O documento foi elaborado com a participação de pesquisadores, gestores e técnicos dos estados e municípios, além de profissionais de saúde que atuam diretamente com as comunidades, conhecendo de perto os desafios de cada região do país, com foco nas áreas de maior vulnerabilidade social.

O documento é baseado nas evidências científicas mais atualizadas e novas tecnologias, representando um pacto nacional para o enfrentamento dessas doenças. O objetivo é apresentar ações que serão coordenadas pelo Ministério da Saúde em parceria com estados e municípios, com a colaboração de instituições públicas e privadas, bem como de organizações sociais.

O Painel de Monitoramento das Arboviroses do Estado do Rio de Janeiro aponta que Petrópolis registrou 7.708 casos de dengue neste ano. Desse total, 325 foram em janeiro; 1.795 em fevereiro; 3.133 em março; 1.715 em abril; 617 em maio; 104 em junho; 13 em julho; 4 em agosto; e 2 em setembro. Ao todo, o município registrou 20 óbitos confirmados pela doença, segundo os dados.

Em relação à chikungunya, o Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde aponta 19 casos prováveis da doença, e nenhum registro de Zika no município.

Até o momento, o país contabiliza 6,5 milhões de casos prováveis de dengue e 5,6 mil óbitos. O Rio de Janeiro registrou mais de 299 mil casos e 227 mortes no período. Os dados são do Painel de Monitoramento das Arboviroses, que também indica 6,3 mil casos prováveis de Zika, 259,8 mil de chikungunya e mais de 8 mil casos confirmados de oropouche em todo o país. No Rio de Janeiro, foram 15 casos prováveis de Zika, 4 mil de chikungunya e 116 casos confirmados de oropouche.

Redução dos impactos

Nesse cenário, o programa de redução dos impactos das arboviroses trabalha em seis eixos de atuação, com implementação focada no segundo semestre do ano, quando as condições climáticas são mais favoráveis ao aumento de casos. São eles:

  • Prevenção;
  • Vigilância;
  • Controle vetorial;
  • Organização da rede assistencial e manejo clínico;
  • Preparação e resposta às emergências;
  • Comunicação e participação comunitária.

Durante o período intersazonal, ou seja, no intervalo entre os picos de casos, serão intensificadas as ações preventivas, como a retirada de criadouros e a implementação de novas tecnologias de controle vetorial. Também será feita uma força-tarefa de sensibilização da rede de vigilância para a investigação oportuna de casos, coleta de amostras para diagnóstico laboratorial e identificação de sorotipos circulantes.

Está prevista ainda a organização dos fluxos da rede assistencial, a revisão dos planos de contingência locais, a capacitação dos profissionais de saúde para manejo clínico e a gestão dos estoques de inseticidas e insumos para diagnóstico laboratorial e assistência ao doente.

Para o período sazonal, caso ocorra um aumento significativo de casos, estão previstas medidas estabelecidas no plano de contingência, focadas no fortalecimento da rede assistencial para reduzir hospitalizações e óbitos evitáveis.

São prioritárias as ações relacionadas ao manejo clínico adequado, seguro e executado em tempo oportuno, além da organização dos serviços. Nesse período, as ações de vigilância devem priorizar a coleta de amostras para exames específicos, com foco em casos graves e investigação oportuna de óbitos. 

Últimas