Número 2 do mundo, polonesa Iga Swiatek é suspensa por um mês por doping

28/nov 12:48
Por Estadão

Atual número dois do mundo, a tenista polonesa Iga Swiatek foi flagrada em teste antidoping, revelou a Agência Internacional para a Integridade do Tênis (ITIA, na sigla em inglês), nesta quinta-feira. A dona de cinco títulos de Grand Slam, uma das melhores de sua geração, recebeu uma suspensão de um mês, já cumprida.

De acordo com a ITIA, Swiatek testou positivo para a substância proibida trimetazidina, usada em remédios para o sistema cardiovascular, num exame realizado num intervalo entre competições, no dia 12 de agosto. A amostra captou uma baixa quantidade da substância considerada proibida pelo Código Mundial Antidoping.

A punição foi aplicada na quarta-feira após a ITIA ouvir a apelação da atleta de 23 anos, que alegou consumo acidental da substância. A trimetazidina teria contaminado um remédio que a polonesa costuma tomar para melhorar a qualidade do sono e reduzir os efeitos de jet lag, meio às inúmeras viagens pelo circuito.

A ITIA aceitou a defesa da atleta por considerar que a amostra tinha baixa quantidade da substância e porque o remédio não é controlado na Polônia, onde a atleta mora e compra seus medicamentos. Por fim, a entidade acatou a argumentação da defesa de Swiatek de que o consumo da trimetazidina não foi intencional.

Por essa razão, a ITIA enquadrou a infração às regras antidoping como “Nenhuma falha ou negligência significativa”, a mais amena entre as punições. Daí a suspensão de apenas um mês, entre 12 de setembro e 4 de outubro – a suspensão será finalizada em 4 de dezembro, o que não traz maiores consequências para a tenista porque a temporada já foi finalizada.

“Depois que a fonte da substância foi estabelecida, ficou claro que este era um caso altamente incomum de um produto contaminado, que na Polônia é um medicamento regulamentado. No entanto, o produto não tem a mesma designação globalmente e o fato de um produto ser um medicamento regulamentado em um país não pode, por si só, ser suficiente para evitar qualquer nível de punição. Levando em consideração a natureza do medicamento e todas as circunstâncias, isso coloca essa infração no nível mais baixo da escala”, explicou Karen Moorhouse, CEO da ITIA.

Como consequência direta da punição, Swiatek não pôde disputar três torneios em sequência (WTA 500 de Seul, WTA 1000 de Pequim e WTA 1000 de Wuhan) e precisou devolver a premiação recebida no WTA 1000 de Cincinnati, quando foi eliminada na semifinal. A competição foi disputada logo depois da realização do exame que flagraria a infração antidoping. Depois de Cincinnati, a tenista disputou o US Open, entre o fim de agosto e o início de setembro, quando caiu nas quartas de final, também nos Estados Unidos. O Grand Slam foi finalizado no dia 8 de setembro, quatro dias antes do início da suspensão da polonesa.

Swiatek é das principais tenistas do circuito nos últimos quatro anos. Nos últimos dois, ele dominou o ranking e algumas das maiores competições, como Roland Garros. Ele ocupou o topo por dois anos e recentemente foi desbancada pela belarussa Aryna Sabalenka. Fora de quadra, a polonesa é reconhecida pelas demais tenistas pelo espírito esportivo e por não se envolver em polêmicas.

Em comunicado, a WTA saiu em defesa da tenista. “A WTA apoia totalmente Iga durante este momento difícil. Iga tem demonstrado consistentemente um forte comprometimento com o jogo limpo e a manutenção dos princípios do esporte limpo, e este incidente infeliz destaca os desafios que os atletas enfrentam ao usar medicamentos e suplementos”, disse a entidade responsável por gerir o circuito feminino.

“A WTA permanece firme em nosso apoio a um esporte limpo e aos processos rigorosos que protegem a integridade da competição. Também enfatizamos que os atletas devem tomar todas as precauções para verificar a segurança e a conformidade de todos os produtos que usam, pois mesmo a exposição não intencional a substâncias proibidas pode ter consequências significativas.”

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