Número de veículos que trafegam na cidade cresceu 27,5% em cinco anos
O tempo de deslocamento entre um ponto e outro em Petrópolis tem crescido a cada dia devido ao aumento de engarrafamentos tanto em ruas do Centro Histórico como na Coronel Veiga, Duas Pontes, 13 de Maio e Montecaseros, como nos distritos, em pontos como Retiro, Corrêas e Itaipava. O transtorno que os petropolitanos enfrentam diariamente, principalmente nos horários de pico, tem uma explicação: o número de veículos que circulam no município cresceu e muito nos últimos cinco anos. De acordo com informações que constam no Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), o aumento foi de 27,5% de 2011 até 2016. Os dados consideram o número de licenciamentos nos meses de outubro de cada ano, uma vez que não foram atualizadas em 2016 as informações de novembro e dezembro.
A situação é alarmante, considerando que a quantidade de automóveis (carros, motos, ônibus, caminhonetes e tratores) cresceu de 80.896, em 2011, para 101.827 em 2016. Levando-se em conta apenas os números referentes a carros, o crescimento foi de 26%. Também teve aumento do número de motocicletas: 28,6%. Os números mostram que existe um veículo para cada três pessoas na cidade, considerando os dados revelados pelo último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2010, que estima a população de quase 300 mil habitantes na cidade.
Para Philippe Guédon, coordenador da Frente Pró-Petrópolis (FPP), a mobilidade urbana no município é uma questão emergencial, que deve ser pensada imediatamente. “Temos muitos estudos feitos na área, mas sabemos que ainda falta muita coisa”, afirmou. Ele defende a descentralização dos serviços como forma de atenuar a situação. Dessa forma, os bairros e distritos deveriam contar com comércio, escolas, médicos e bancos, que pudessem também gerar empregos, fazendo com que diminuísse o fluxo de petropolitanos que se deslocam para o centro da cidade diariamente. “Hoje, tudo desemboca no Centro, o que é responsável por causar engarrafamentos caóticos na cidade”, destacou ele, criticando ainda a centralização de sapatarias e farmácias na Rua do Imperador. “Tudo acaba excessivamente localizado no Centro e temos um problema histórico que não permite a mudança das ruas.”
Para o coordenador da FPP, esse é um problema que os governos se recusam a pensar. “Não há planejamento em Petrópolis e a mobilidade é terrível. Quem tem que ir ao Centro leva horas. Ouço falar desse problema desde os tempos de Paulo Rattes, nos anos de 1985 e 1986”, ressaltou.
Outro problema levantado por Guédon é no que diz respeito às consequências que a nova pista de subida da Serra vai trazer para o município. “Quando for finalizada a construção da estrada, a principal entrada da cidade passará a ser no bairro Duarte da Silveira, que não tem condição de receber um fluxo expressivo de veículos. Há obras a serem feitas, mas é um caos que estamos nos recusando a ver”, criticou. Por outro lado, ele destacou o fato de as obras estarem paralisadas na BR-040. “A Concer vem se mostrando incompetente e pouco eficiente”.
No que diz respeito à região dos distritos, ele acredita que faltam políticas de integrações e também planejamento. “O governo não pode deixar que o crescimento desordenado de Itaipava continue a acontecer e isso se expande para as áreas da Posse, Pedro do Rio e Araras. Esses núcleos precisam crescer de modo coordenado”, afirmou.
Ele também sugere que o governo pense em soluções diferentes para o deslocamento, como Veículos Leves sobre Trilhos (VLTs) e bondes para diminuir ainda mais o problema de mobilidade que a cidade enfrenta.