Nunca vi ninguém reclamar por ser presidente do Banco Central, diz Haddad

30/ago 20:22
Por Eduardo Laguna, Francisco Carlos de Assis e Caroline Aragaki / Estadão

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta sexta-feira, 30, que existe certo tabu em relação à política fiscal, comandada por sua pasta, como se esta não fosse técnica como a política monetária, executada pelo Banco Central (BC).

Ao abordar os ataques sofridos pelo atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, Haddad comentou que faz parte da função aguentar um pouco de crítica. “Nunca vi ninguém reclamar por ser presidente do Banco Central”, afirmou Haddad, ao comparar o cargo com a sua posição de ministro da Fazenda, classificada por vezes como o pior emprego do mundo.

Durante participação na Expert, evento da XP Investimentos, Haddad observou que, assim como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, comentários sobre o patamar dos juros também foram feitos tanto pelo ex quanto pelo atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump e Joe Biden, respectivamente. “No Brasil, tem um certo tabu quando se fala de juros.”

O ministro disse que não se sente atacado quando recebe críticas pela política fiscal. “É o peso que se paga pela visibilidade do trabalho”. Ele ressaltou no evento que a política monetária também é dificultada por condições internacionais adversas, como a falta de sinalizações claras sobre os movimentos dos bancos centrais dos Estados Unidos e do Japão, o que prejudica as economias emergentes como o Brasil.

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