Nunes diz que não adiantará escolha de vice e renova críticas à Enel

05/jun 19:04
Por Matheus de Souza / Estadão

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), reafirmou nesta quarta-feira, 5, que não pretende “adiantar” o anúncio de sua escolha para vice, renovou críticas à concessionária de energia Enel, destacou projetos de recapeamento e zeladoria na cidade e considerou a possibilidade de não ser reeleito. Caso não volte ao comando da capital, o atual prefeito disse que pretende focar na sua “família menorzinha” – a “família grande” seria a cidade – e retornar ao comando de sua empresa, a Nikkey Controle de Pragas, que hoje em dia está sendo administrada pelo seu filho.

“Se eu não for eleito, eu agradeço muito a Deus, porque eu tenho uma vida humilde vou tomar minha empresa, curtir um pouco mais minha mulher e meus filhos”, disse o prefeito em sabatina promovida pelo MyNews em parceria com Reag Investimentos, nesta tarde. No caso da reeleição, pontuou: “Vou continuar fazendo o que eu faço hoje”, disse, acrescentando: “Para poder entregar resultado para a cidade”.

Com relação à escolha para vice de sua chapa, Nunes manteve o discurso de que não pretende adiantar o nome do indicado, e de que vai debater com todos os partidos que o apoiam, além do presidente Jair Bolsonaro (PL) e do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), para definir seu aliado.

O ex-presidente Bolsonaro já deu sua indicação, o coronel da reserva e ex-comandante da Rota, Ricardo Nascimento de Mello Araújo. Sobre esse, Nunes disse reconhecer o trabalho do ex-comandante durante sua gestão na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) em São Paulo, mas que teve poucos contatos com ele.

“As vezes que estive com ele (Mello) foi objetivo”, disse o prefeito. Nunes afirmou que tem uma boa impressão do indicado de Bolsonaro, e que o interesse do ex-presidente em ter um aliado na vice-prefeitura é “legítimo”, mas que a decisão ficará mais para frente.

Nunes também comentou brevemente sobre as provocações do pré-candidato Pablo Marçal (PRTB), que esteve ontem com o ex-presidente Bolsonaro em busca de apoio. “É difícil ser prefeito sem conhecer a cidade”, comentou.

Sobre a polarização da disputa, Nunes disse que está errada a leitura de que o eleitorado paulistano tende a candidatos de esquerda. Para o prefeito, a chapa com mais chances é uma com um candidato de centro, ele, e um candidato (ou candidata) de direita, no caso, o que será escolhido como seu vice.

Já com relação aos projetos da sua gestão, Nunes pontuou que atualmente estão sendo feitas 1800 obras na cidade, sendo mais de 95% na periferia. “Isso me faz um prefeito feliz”, afirmou. Com destaque para obras de recapeamento, o prefeito afirmou que, dos 60 milhões de metros quadrados que necessitam de recapeamento, a prefeitura fará 20 milhões, que apesar de “longe do ideal” é o maior projeto sobre o tema na cidade.

Nunes não deixou de fazer críticas à Enel, “uma péssima empresa”, afirmou, dizendo que, mesmo sem a incidência de chuvas que leve a crises como a do começo do ano, onde vários bairros da capital ficaram dias sem luz, a empresa continua apresentando problemas na distribuição de energia.

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