O BSC e o mapa estratégico I

04/09/2017 12:05

O Balanced Scorecard (BSC) é uma ferramenta de planejamento estratégico e é utilizado por centenas de organizações do setor privado, público e em ONG’s no mundo inteiro, sendo escolhido pela renomada revista Harvard Business Review (HBR) como uma das práticas de gestão mais importantes e revolucionárias dos últimos 75 anos. O seu surgimento está relacionado com as limitações dos sistemas tradicionais de avaliação de desempenho, o que não deixa de ser um dos problemas do planejamento estratégico, uma importante ferramenta de gestão estratégica. O BSC motiva melhorias não incrementais em áreas críticas, tais como desenvolvimento de produtos, processos, clientes e mercados. No caso do Executivo e do Legislativo de Petrópolis o cliente é a população da cidade. O BSC organiza-se em torno de quatro perspectivas: financeira, do cliente, interna e de inovação e aprendizagem. 

O nome Balanced Scorecard reflete o equilíbrio entre os objetivos de curto e longo prazos; entre medidas financeiras e não-financeiras; entre indicadores de tendência e ocorrência; entre perspectiva interna e externa do desempenho. As experiências de aplicação do BSC revelam que executivos arrojados o utilizam não apenas como um instrumento de medida do desempenho organizacional, mas também como ferramenta de gestão, sendo também utilizado para estabelecer metas individuais e de equipes, remuneração, alocação de recursos, planejamento, orçamento, feedback e aprendizagem estratégica. O BSC não é um fim em si mesmo, mas uma ferramenta de gestão sob a qual orbita um novo modelo organizacional chamado de Organização Orientada para a Estratégia. Nessas organizações, o BSC é utilizado para alinhar as unidades de negócio, as unidades de serviço compartilhado, as equipes e os indivíduos em torno das metas organizacionais gerais. David Norton e Robert S. Kaplan apresentaram o BSC na Harvard Business Review. Após a publicação do artigo "O Balanced Scorecard: Medidas que Impulsionam o Desempenho" na HBR, várias organizações rapidamente adotaram o BSC.

 Vários artigos de minha autoria, já foram escritos sobre o tema e divulgados na Tribuna pois, no nosso entender, a área de planejamento deve interagir com todas as demais secretarias do governo já que os resultados das suas ações dependerão de um bom planejamento. Como dito em artigo já publicado: “o plano diretor municipal e o planejamento estratégico municipal são instrumentos de planejamento e gestão de municípios e prefeituras, considerados, atualmente, de importância inquestionável.” Ações necessárias em áreas de alto impacto urbano e social devem ser pensadas e planejadas, deixando para um segundo plano outras não tão relevantes. Conciliar as potencialidades de diagnóstico, de participação popular, de envolvimento dos diversos agentes sociais e de prioridades administrativas deve nortear o planejamento municipal, facilitando a gestão e os seus objetivos, alterando condições indesejáveis para a comunidade local, removendo empecilhos institucionais e assegurando a viabilização de propostas estratégicas, assim como objetivos a serem atingidos e ações a serem trabalhadas. 

O planejamento é, de fato, uma das funções clássicas da administração científica indispensável ao gestor municipal. Planejar a cidade é essencial, é o ponto de partida para uma gestão municipal efetiva diante da máquina pública, onde a qualidade do planejamento ditará os rumos para uma boa ou má gestão, com reflexos diretos no bem-estar dos moradores. As questões físico-territoriais, econômicas, financeiras, políticas, socioambientais e de gestão têm constantemente desafiado os municípios, requerendo um avanço nas técnicas de planejamento, até então desenvolvidas pelo governo local. No próximo artigo enfocaremos o mapa estratégico, fundamental para o bom planejamento.

                                                    achugueney@gmail.com

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