O Covid-19 democratizou as empresas

29/04/2020 12:00

A maior parte das empresas sofreram e estão sofrendo muito nesta quarentena do COVID-19. Uma fonte bem confiável onde podemos comprovar tal impacto é através de empresa que administra cartões de crédito. Pela minha experiência em consultoria em gestão empresarial, percebo que, em média, 60% da receita das empresas atualmente provêm do uso do dinheiro de plástico. As informações, portanto, vindas do uso de cartão são bem confiáveis.

Chegou em minhas mãos uma análise da CIELO que poderá nos dar uma visão do que vem acontecendo neste período. Do dia primeiro de março até 23 de abril de 2020, houve, em média, uma queda de 28% no varejo.  Esta queda mostra a diminuição da circulação de dinheiro, que está diretamente ligada à capacidade de compra da população. Quanto menos dinheiro circula, menos se compra e, consequentemente, ocorre queda da economia. Vem à recessão. É uma bola de neve.

E as estatísticas mostram o que realmente nós, como leigos, percebemos intuitivamente e corretamente em nossa cidade e também vemos na TV.

Os supermercados e hipermercados tiveram um crescimento de 17% nas vendas. As farmácias praticamente não foram atingidas e continuaram com a mesma média de venda. Mas o turismo e o transporte despencaram solenemente (71% de queda), vestuário (caiu 62%), bares e restaurantes (caiu 53%), móveis, eletrodomésticos e lojas de departamento (caiu 39%).

E agora? O que acontecerá com esses negócios? Depende. Não há fórmula mágica e vai estar ligado diretamente ao tempo de duração da quarentena.

Os empresários que já estavam com problemas financeiros e de organização e usavam frequentemente o cheque especial, têm pouquíssimas chances de retornar, pois o máximo que conseguiam fazer até então, era manter o mesmo nível de endividamento. Ou seja: já estavam “vendendo o almoço para comprar o jantar” e não percebiam.

O que nós, consumidores estamos fazendo? Alguns custos foram cortados naturalmente, pois estamos de quarentena, praticamente sem sair de casa. Outros custos também foram analisados e cortados.

E o empresário? O que deve fazer é se preparar para a volta. Óbvio! Mas talvez tenha um aspecto que não tenha sido percebido claramente: uma coisa que o COVID-19 fez foi democratizar as empresas. O que quero dizer com isso? O COVID-19 deixou as empresas de um mesmo segmento no mesmo patamar. Todas vão reabrir as portas de forma parecida. Todas com o mesmo problema de caixa reduzido sem poder fazer grandes divulgações. As empresas que irão se sobressair serão aquelas que estiverem na lembrança de seus clientes ou aquelas que puderem acessar seus clientes antes dos demais concorrentes.

E o que significa se preparar? No mínimo, o empresário deverá fazer algum dever de casa. Aquele trabalho que não poderia ser feito normalmente por “falta de tempo”, tais como contar o estoque de mercadorias, mudar o lay-out. Quando se conta estoque, é possível saber com exatidão a quantidade do que tem para ser vendido. Esta é a hora certa de verificar que itens podem ser vendidos com preços promocionais, o que leva a outra análise diretamente relacionada à organização financeira da empresa: calcular o preço correto. Tal passo implica em saber exatamente a estrutura de custos da empresa e como formar o preço corretamente.  Assim, o empresário deve aproveitar o “pitstop do covid” para organizar suas finanças com uso do sistema de gestão que sua empresa tem. Faça com que o seu sistema de gestão se torne plenamente operacional.

Quanto mais diferenciada e organizada a empresa estiver na reabertura, maior chance terá de se posicionar em um patamar melhor que seus concorrentes no mercado. O empresário deve usar este tempo para repensar sua empresa: organização, mercado e concorrência. Nossos clientes já estão fazendo isso, naturalmente, com a nossa ajuda. Procure-nos. mairom.duarte@csalgueiro.com.br  WhatsApp (24)2237-9500.

 

* Mairom Duarte é Consultor em Gestão de Negócios e atua há mais de 25 anos em Consultoria de Gestão Empresarial.

 

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