O imóvel da Academia de Poesia
A “Casa de Raul de Leoni” (ABP) agradece aos “Partisans” a nota publicada na coluna de 24.01, sobre o leilão de seu imóvel, mas se sente no dever de esclarecer alguns pontos, já que sempre afirma-se que a Casa não é só de seus integrantes, mas de toda a cidade, que deveria aplaudi-la e enaltecê-la pela honra de possuir aqui, a primeira e única Academia de Poesia do país e, quiçá, sem exagero, do mundo. É realmente uma referência e uma deferência especial para Petrópolis, enquanto a administração pública deveria prestigiar, como já foi frisado várias vezes, e transformá-la num ponto turístico e cultural, qual um museu, o que, para tanto, muito deveria ser adaptado em sua estrutura. Mas cultura nunca é o forte da política, o que se reflete como uma questão puramente “cultural”.
Mesmo sem maiores recursos, a Casa conseguiu um terreno na “bacia das almas” e foi entregue a escritura definitiva justamente na transição da presidência em fev. de 2013, quando deveria ter sido resolvido seu destino para quitação do débito existente. Como nenhuma atitude foi tomada além de uma proposta antiética ao nosso advogado da ocasião e que hoje, pelo óbvio, defende a si mesmo. Passados dois anos, para não perder seus direitos, levou o assunto à justiça, e no decorrer, após três notificações ignoradas, o assunto correu à revelia, sendo que, na nova mudança e retorno da diretoria, já não se conseguiu nenhum diálogo mediador, terminando nos leilões frustrados. Aguardamos!
Assim, a perda do imóvel se avizinha, por culpa única e exclusiva da presidente das gestões 2013-2016, que prendeu o cargo até meados de 2017, contrariando o Estatuto em vigor. Por omissão e teimosia injustificável, ignorância e descaso inexplicável, só se pode atribuir à total irresponsabilidade, comodidade ou até, exagerando, por rancor vingativo, quando tais atitudes são camufladas pela arrogância em função da frustração e incapacidade de gerir uma entidade de tal valor.
Essa é a mais grave de todas suas falhas administrativas se, na entrega de toda documentação desorganizada, parecia sentir desprezo à Casa, já que sua visão não consegue alcançar a finalidade e importância duma Academia, julgando mais importante somente seus constantes feitos para abastecer seus holofotes por uma pseudoeficiência.
Mas estamos trabalhando, na medida do possível, para sua reorganização, corrigindo os malfeitos, esperando poder restabelecê-la para tranquilidade de todos da Casa e amigos frequentadores, pois nos debruçamos no chavão – “filho de fé bambeia mas não cai”.
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