O mundo em que se vive
A vida, muitos a comparam com um grande teatro do qual fazem parte, num palco nem sempre iluminado, “atores e atrizes”, dos mais diversos temperamentos, formação moral, profissional e, sobretudo, caráter e ética.
Efigênio, por exemplo, criatura de boa índole, calmo e, também, detentor de bom coração, acabou por se envolver com um vigarista a quem “emprestou” importância de porte razoável, justamente para livrar o aflito de uma “bela encrenca” em que se metera, sem que o último, contudo, houvesse esclarecido a natureza da mesma e sempre a sustentar a condição de pertencer ao rol dos grandes amigos de Efigênio.
O relacionamento entre ambos, realmente existia, porém, não de muitos anos, ainda que o pretenso amigo sustentasse advir de longa data.
Todavia, os verdadeiros amigos e companheiros do primeiro, os quais com o mesmo compartilhavam sincera amizade, já haviam prevenido à bondosa criatura que aquele que se dizia amigo tratava-se, na verdade, de uma pessoa que estava é “de olho” no dinheiro da pobre figura enganada, que, lamentavelmente, não enxergava a realidade dos fatos e acontecimentos que os circundavam.
De pronto, lembrei-me do poeta quando escreveu com relação às pessoas que elegem este triste modo de agir: “Quem só tem, na sua lida, /o dinheiro por escudo; /por dinheiro, nesta vida, /é capaz de fazer tudo”.
A pessoa enganada, depois de ficar a par do que ocorrera, ainda relutou para acreditar que a “figura” o havia traído mediante a prática de tão baixa e repugnante atitude.
O fato que ora se faz descrever deixa claro que o mundo em que vivemos, nos demonstra quanto à ocorrência de tristes episódios senão iguais, mas parecidos com o ora narrado, levandonos a crer que o ser humano vem regredindo no tocante a determinados comportamentos, especialmente com o fito de prejudicar seus semelhantes, sem qualquer pudor ou vergonha.
Lamentável que a humanidade venha a trilhar por caminhos tão tortuosos, a se observar o atual estado de coisas por que atravessa o país, quando atitudes de “certas figuras” só fazem por denegrir o nome das instituições e de grupos empresariais a que pertencem.
A tais “figuras” se aplica, ainda, a trova: “Seu cinismo é de tal monta, /que, apesar de não ser mau, /na cidade, já desponta, /como um bom cara de pau”.