O que podemos aprender com os campeões

23/07/2023 08:00
Por Prof. Luiz Carlos Moraes

Desde o século passado a principal característica de grandes corredores de elite como Paavo Nurmi, o “finlandês voador” é entender a relação entre treino, repouso e resultado. Mais ainda é conjugar treino “fácil” com “difícil”. Até os quenianos, que são os melhores do mundo na atualidade, a maior parte dos treinos semanais são chamados “fácil” (pra eles, né?) ou moderados organizados de tal forma a gerar resultado no treino “difícil” e mais ainda na competição alvo. Veja exemplo de treino dos quenianos numa semana de segunda a sábado: Fácil, Fartleck, fácil, Longo, Fácil, Forte em ritmo de prova. Tem um dia de repouso e quando competem no domingo o treino é ajustado na mesma ordem.

Outra característica são os treinos variados no dia de Fartleck que pode ser em terreno de Cross Country com subidas, descidas e/ou funcional. É importante variar para desenvolver mecanismos reflexos que Nurmi também adotava. Quem busca resultado não pode abdicar da disciplina.

Os objetivos de Nurmi eram claros e as decisões firmes calcadas na observação constante das respostas do seu corpo. Deve-se também levar em conta outros fatores como idade, anos de prática, lesões já sofridas e o que aprendeu com elas. Corredores (as) com mais de 60 anos podem precisar fazer apenas UM treino difícil por semana ou a cada 10/15 dias.

Portanto, o que devemos aprender com os ícones do esporte mesmo para a nossa própria corrida de rua recreativa? Disciplina, planejamento e decisão. Isso a gente transporta para a vida pessoal. Preparação. Pra tudo a gente prepara. Para estudar, trabalhar, casar, descasar e até para não fazer nada. Quando? Por que? Como? Onde? Antes de cada treino temos que ter essas respostas.

Literatura Sugerida: CASADO, Arturo et al. World-class long-distance running performances are best predicted by volume of easy runs and deliberate practice of short-interval and tempo runs. The Journal of Strength & Conditioning Research, (2021).

Últimas