O Rio e as prisões

27/11/2017 12:32

Alguns aspectos chamam a atenção nos recentes episódios de prisões no Rio de Janeiro: Primeiro a constação de que uma máfia, ou organizações criminosas, como preferirem, se apossaram do Estado e o geria somente para seus propósitos pessoais; segundo, o tempo de permanência destes criminosos frente a administração e por fim o acobertamento por mais de duas decadas das pilhagens efetuadas, que muitos tinham conhecimento mas que o dinheiro e as benesses compraram o silêncio.

Quando hoje se vê a realidade de um Estado quebrado, passa-se a entender parte relevante do motivo. Obras superfaturadas, de incentivos fiscais espúrios, de sobrepreço em todas as prestações de serviços, resultando em gordas comissões e propinas. Foram criadas não uma mas várias organizações criminosas bem estruturadas para espoliar tudo o que pudesse render alguma coisa.

Seria chover no molhado atribuir grande parte da culpa pela segurança quase inexistente, onde bandidos se alternando no poder e se mantendo nos seus feudos, pela saúde de população desassistida, sem hospitais, exames, remédios, a estes roubos destes quadrilheiros.

Assusta ver tantos poderosos presos? Sim, não deixa de ser chocante e quase inacreditável, os "donos" do Estado reunidos em Benfica ainda com seu futuro incerto. E o futuro do Rio de Janeiro? Esta é a grande questão e neste momento uma grande dúvida, já que a incerteza quanto ao desenrrolar das ocorrências e de suas circunstâncias são imprevisíveis.

Quando Teseu derrotou Minotauro e Minos, tomando o lugar deste último, nasceu a expressão "Rei morto, Rei posto", o poder não vagará muito tempo no Rio, isto é certo, quem serão as figuras que preencherão os espaços é que, como afirmei antes, não há certezas, os mesmos terão forças para retornar e retomar o poder? Ou serão substituídos?

Veremos nas urnas em 2018 se disto tudo resultarão benefícios de depuração ou se os nomes dos que ai estão serão os mesmos e até que ponto a população terá forças para alijar dos cargos os malfeitores que ano após ano se perpetuam frente a coisa pública e ao Estado.

Talvez as prisões não tenham o condão de acabar de vez com esta farra, mas talvez, que ajude a minimizar seus efeitos como estamos a precisar.

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