OBESIDADE PODE PROVOCAR DOENÇAS EM ANIMAIS DOMÉSTICOS
Atualmente, a obesidade é uma doença que acomete tanto cães quanto gatos. Eles se adaptaram rapidamente ao cotidiano dos humanos, muitas vezes seguindo seus hábitos, contrários aos da natureza desses animais. Agora, nossos bichos de estimação compartilham não só dos nossos costumes e estilo de vida, mas também das nossas doenças.
Os animais de companhia podem já ter predisposição para desenvolver a obesidade, mas outros fatores como alimentação e até mesmo o sedentarismo, podem levar ao aumento de peso. Essa patologia é caracterizada como um distúrbio metabólico, que está ligado diretamente ao estilo de vida do animal, como uma dieta desequilibrada, baixa atividade física, alterações neuroendócrinas e fatores hereditários.
De acordo com a veterinária Kathiene Keese, que atende na Veterinária Pet Amado, em Petrópolis, considera-se obesidade quando o animal tem excesso de gordura corporal, derivada de um desequilíbrio de energia ingerida e energia gasta. Quando o bicho come mais do que gasta, ele acaba reservando essa energia em forma de gordura corporal. Um aumento acima de 20% do peso ideal significa um sobrepeso e, acima de 40%, obesidade.
"A obesidade pode afetar tanto cães e gatos. As raças mais predispostas de cães a desenvolver essa doença são: Cocker Spaniel, Labrador, Golden Retriever, Daschhund, Dálmata, Collie, entre outras de grande porte. Mas esse fator vai depender de cada animal quanto a alimentação, os exercícios e a genética", revela Kathiene.
A obesidade tem efeitos prejudiciais à saúde dos bichos como também em sua longevidade. Ela pode provocar o surgimento de diabetes, hiperadrenocorticismo (aumento de cortisol produzido nas glândulas adrenais), síndrome metabólicas em gatos como a lipidose hepática, doenças ortopédicas, doenças cardiorespiratórias, doenças do trato urinário, neoplasias (tumores), doenças dermatológicas e complicações anestésicas.
Kathiene explica que para obter diagnósticos, uma avaliação clínica do animal é necessária. "Geralmente são cães e gatos que tem o hábito de comerem petiscos diariamente, levam uma vida sedentária e apresentam excesso de peso".
"A primeira regra para o tratamento é a restrição calórica como cortar os petiscos, fornecer ração em quantidade correta, de acordo com o peso e, em alguns casos, precisamos entrar com ração específica para a obesidade ou até utilizar medicamentos para auxiliar na perda de peso. O tratamento é orientado por profissionais de acordo com o quadro de obesidade do animal e acompanhado para verificar a perda de peso".
A veterinária destaca que a obesidade predispõe a tão conhecida diabetes. A gordura faz com que ocorra uma resistência à insulina, levando a um aumento da glicose circulante no organismo. Esse problema não apresenta predisposição para espécie, depende de cada animal, em relação a alimentação, exercícios e seu fator genético.
A castração também pode levar ao aumento de peso, isso porque seus hormônios sexuais controlam a saciedade e, ao retirá-los, acaba levando ao aumento do apetite. "Mesmo que os animais se tornem mais sedentários, existe uma forma de evitar que a castração os torne obesos. Após o procedimento podemos oferecer ração específica para animais castrados, incentivar o exercício com brincadeiras e leves caminhadas, e evitar também os petiscos diários".
Quanto a alimentação extra, conhecida como petiscos ou "mimos", dado pelos donos dos pets, é importante saber que esses produtos não devem ser oferecidos como agrado, muito menos todos os dias. O mercado voltado para animais domésticos disponibiliza tais produtos em diversas formas. Se for fornecido em grandes quantidades, o seu animal ficará com excesso de peso. Além disso, esses petiscos possuem substâncias que podem provocar o aumento do colesterol total no sangue.
"O alimento ideal para seu cão e gato é a ração, orientada de acordo com o porte e peso de ambos, dividida em duas refeições quando o animal for adulto e controlada em quantidade diária. Não podemos oferecer qualquer alimento nosso para eles, pois os mesmos podem desenvolver doenças no trato gastrointestinal. Os alimentos naturais que comemos e podemos dar aos pet são: cenoura, chuchu, brócolis, banana, maçã e mamão, porém em pouca quantidade. Lembrando que a ração é sempre a opção mais saudável para seu bichinho!", conclui Kathiene.