Obras da Serra seguem em ritmo lento

08/04/2016 17:12

As obras da nova subida da serra de Petrópolis, que deveriam ficar prontas até junho deste ano, antes dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, continuam em ritmo muito lento e só devem ser concluídas em 2017. O número de demissões desde o início do projeto já passa de 700, e apenas 400 operários estão nos canteiros, o que pode provocar um atraso ainda maior. A justificativa do consórcio responsável, segundo o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil, Montagem Industrial, Mobiliário e Mármore (Siticommm), é a falta de repassa de verba por parte do governo federal. 

De acordo com o sindicato, não há previsão certa para a conclusão das obras. “Estamos na luta. Já chegamos a ter 1200 pessoas nos canteiros de obras, mas hoje temos apenas 400 operários. Isso além de agravar a lentidão das obras acaba atrapalhando a execucção de algumas etapas da obra. Temos um viaduto, que tem que se construído, entre os km 92 e 94, que não poderá ser construído, nem se juntar todos os 400 funcionários. Porque é uma obra de grande porte, e precisa de muito mais gente” explicou José Ailton, diretor do Siticommm.

Como se já não bastasse os atrasos e a desmotivação, há boatos de que possam acontecer novas demissões. “Na última reunião com o consórcio chegaram a cogitar possíveis novos cortes. Isso deixa a gente muito preocupado. É uma série de problemas que estamos enfrentando. Sabemos que depende da verba federal, e enquanto não tiver essa verba a expectativa fica estagnada”, completou Ailton.

O projeto começou a entrar em prática em abril de 2013. A planta prevê a construção de uma pista com aproximadamente 20 quilômetros de extensão que substituirá a atual Rio-Petrópolis, trecho da BR-040 em operação desde 1928 que apresenta um traçado sinuoso, sem acostamento e que não mais comporta o crescente volume de tráfego. E também será construído um túnel com 4,6 mil metros de extensão. O maior túnel numa rodovia federal do país.

A nova pista trará uma série de benefícios sociais, econômicos e ambientais, reduzindo o tempo de viagem e ampliando a segurança viária para milhares de pessoas que dependem da BR-040 no dia a dia de suas atividades. 

O projeto  agrega um conjunto de programas e ações para reduzir e compensar o impacto ambiental da obra, e foi dividido em cinco lotes. Atualente, os operários se encontram mobilizados no lote 3, que é a construção do túnel, além de outras pendências. 

Segundo o sindicato, o túnel tem 2,7 mil metros escavados, dos 4,6 mil metros de extensão total. O último lote prevê a contrução da ligação entre os bairros Bingen e Quitandinha, que ainda não começou.

A Tribuna entrou em contato com o Consórcio da Nova Subida da Serra (NSS), com a Companhia de Concessão Rodoviária Juiz de Fora-Rio (Concer) e também com o Grupo Triunfo, que é responsável pela empresa. Nossa equipe questionou o atraso nas obras, e perguntou se há possibilidade de conclusão das obras dentro do prazo prorrogado. A empresa foi questionada também sobre as possíveis novas demissões, que estão sendo cogitadas nas reuniões. No entanto, até o fechamento dessa reportagem. Nossa equipe questionou também o Governo Federal, sobre a falta de repasse. Porém, sem sucesso.



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