Obras de restauração e revitalização do Museu Casa do Colono deveriam ter sido acompanhadas por especialista técnico, afirma arquiteta e professora da Uerj

Neste mês, a Prefeitura de Petrópolis informou que o Museu Casa do Colono passaria por trabalhos de restauração e revitalização. A obra não foi acompanhada por um especialista técnico e foi realizada por equipes da Comdep. De acordo com a arquiteta e professora adjunta da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) na área de Conservação e Restauro, Cláudia Baima, as intervenções deveriam ser acompanhadas por um especialista.

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A profissional destaca a Lei nº 12.378, de 31 de dezembro de 2010 que “regulamenta o exercício da Arquitetura e Urbanismo; cria o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil – CAU/BR e os Conselhos de Arquitetura e Urbanismo dos Estados e do Distrito Federal – CAUs; e dá outras providências”.

Cláudia diz que dentre as atribuições profissionais definidas pela lei que rege a profissão do arquiteto e urbanista, o arquiteto especializado em projeto e execução na área do patrimônio arquitetônico, histórico e cultural, terá previamente realizado antes de qualquer proposta de intervenção, uma extensa pesquisa iconográfica, histórica e arquitetônica do bem preservado que será objeto de restauro, evitando assim, intervenções inadequadas que poderão descaracterizar o imóvel, seu entorno e contexto.

Vale lembrar que o imóvel do Museu Casa do Colono já passou por uma situação inadequada e que poderia ter sido evitada. Em meados de 2010 e 2011, um encarregado acimentou o jardim do imóvel, que tem 174 anos e carrega grande parte da história petropolitana.

Em resposta à Tribuna, a Prefeitura informou que, como o trabalho não ocasiona nenhuma alteração estrutural, não houve a necessidade do acompanhamento técnico especializado.

Para a arquiteta, no entanto, estas edificações, além da importância histórica e arquitetônica inerentes ao bem, possuem especificidades em seus sistemas e técnicas construtivas.

“Sendo assim, é fundamental a utilização e manuseio apropriado de materiais para intervenções e pintura nas fachadas, portas e janelas, Portanto, se faz necessária a orientação e supervisão de profissionais técnicos especializados em qualquer grau de ação em obras de manutenção, conservação e restauro”, finaliza.